Alvo de operação nesta quinta, Complexo de Israel é reduto de símbolos religiosos e poder bélico no RJ
Tiroteio na Avenida Brasil matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas
247 - O tiroteio que matou uma pessoa e deixou outras cinco feridas na manhã desta quinta-feira (24) na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ocorreu após uma operação da Polícia Militar no Complexo de Israel. O local é dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP) e, por englobar várias comunidades, é cercado de vias importantes, informa O Globo.
O Complexo de Israel foi criado em 2020 por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, integrante da cúpula do TCP, que diz ser evangélico e é conhecido por atuar com intolerância contra religiões de matrizes africanas, proibindo o uso do branco em comunidades dominadas e determinando a destruição de terreiros. Peixão gosta de ser chamado por seus comparsas como Aarão, nome citado na Bíblia como irmão mais velho do profeta Moisés.
Nos territórios sob o seu domínio, o criminoso costuma usar símbolos como a bandeira de Israel e a Estrela de Davi. Na Cidade Alta, uma caixa d'água ostenta a estrela que atrai proteção divina. Em 2021, durante uma operação policial, os agentes encontraram um grande painel com uma pintura que reproduzia parte da cidade de Jerusalém, além de uma edição de luxo da Torá, o livro sagrado de escrituras religiosas judaicas.
O poder bélico do traficante chama a atenção da polícia. Em 2023, foram apreendidos mais de R$1 milhão em armamentos na favela Parada de Lucas. Entre as armas apreendidas, estavam uma metralhadora. 50 e outra.30. Elas podem fazer disparos que perfuram a blindagem de veículos e podem até derrubar aeronaves. Na ocasião, além das metralhadoras, foram apreendidos 15 fuzis, milhares de balas de vários calibres, e 21 granadas.
Em uma operação no último dia 10, a polícia encontrou um “resort” de Peixão, com direito a praia artificial e coqueiros, no Complexo de Israel. A propriedade contava ainda com academia, área de lazer, piscina, sauna e até pedalinhos, além de espaço dedicado a festas.
Apesar de integrar a cúpula do TCP, Peixão costuma ter autonomia para chefiar o tráfico nas comunidades que controla, sem sofrer interferências da facção criminosa. Segundo a polícia, o bandido já chegou a ficar escondido fora do Rio, em Santa Catarina, usando documentos falsos.
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