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    Apagão da Enel não alterou de forma substancial a eleição para prefeito de São Paulo

    Ricardo Nunes ainda se mantém com certa folga à frente de Guilherme Boulos, em razão da rejeição do candidato psolista

    Ricardo Nunes e Guilherme Boulos (Foto: Edson Lopes JR./Prefeitura SP e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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    247 – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, lidera a corrida eleitoral com 45% das intenções de voto, enquanto seu principal adversário, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), aparece com 33%. Esses dados foram revelados pela pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira (16), sendo a primeira realizada após o início do segundo turno. O levantamento também ocorreu logo depois do apagão que afetou a capital paulista e diversas cidades da região metropolitana, causado por um forte temporal.

    Apesar dos impactos significativos do apagão na cidade, que incluiu quedas de árvores e falhas no fornecimento de energia, a pesquisa não apontou mudanças significativas no cenário eleitoral. Segundo o levantamento, 19% dos eleitores afirmaram que pretendem anular o voto ou votar em branco, enquanto 3% ainda estão indecisos. A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 15 de outubro, período em que São Paulo ainda lidava com os estragos do apagão.

    O apagão trouxe novos temas para a disputa eleitoral. No primeiro debate do segundo turno, realizado pela TV Band, Boulos criticou duramente a gestão de Nunes, apontando falhas na manutenção da cidade, como a falta de poda de árvores, e acusou o prefeito de não cobrar com rigor a concessionária Enel pela lentidão na solução dos problemas de energia. "A falta de ação da Prefeitura e a ineficiência da Enel estão prejudicando a população", disse Boulos durante o debate.

    Nunes, por outro lado, rebateu as críticas, classificando-as como oportunistas e transferindo a responsabilidade pelo caos à Enel e ao governo federal, alegando que o contrato com a concessionária é de competência do governo de Lula. "A Enel é uma concessão federal, e cabe ao governo federal decidir se o contrato deve ser mantido", afirmou o prefeito.

    A disputa entre Nunes e Boulos no primeiro turno foi apertada, com o atual prefeito obtendo 29,48% dos votos, enquanto Boulos ficou logo atrás com 29,07%. A pesquisa da Quaest revelou, no entanto, que uma parte expressiva dos eleitores de candidatos que ficaram fora do segundo turno tende a apoiar Nunes, o que amplia sua vantagem. Dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB), 74% declararam que votarão no prefeito, enquanto 54% dos que votaram em Tabata Amaral (PSB) afirmaram que votarão em Boulos, segundo aponta reportagem do Valor.

    Mesmo com essa ligeira vantagem numérica, a Quaest revelou que 80% dos eleitores já estão decididos quanto ao seu voto, enquanto 20% ainda podem mudar de ideia até o dia da votação, marcada para 27 de outubro. Na pesquisa espontânea, onde os eleitores não têm acesso à lista de candidatos, a diferença entre os dois é um pouco menor, com Nunes obtendo 38% e Boulos 28%, o que demonstra que há espaço para possíveis mudanças nas intenções de voto nas próximas semanas.

    Outro ponto que pesou contra Boulos foi o índice de rejeição. A pesquisa indicou que 42% dos eleitores têm uma imagem negativa do candidato do PSOL, enquanto 35% têm essa percepção sobre Nunes. Além disso, Boulos é visto com mais desconfiança por 45% dos eleitores, que disseram ter "medo" de sua eleição, enquanto apenas 32% afirmaram temer a reeleição de Nunes. Esse medo reflete a percepção de parte do eleitorado, que vê Boulos como inexperiente para o cargo, principalmente devido ao seu histórico como líder de movimentos sociais.

    Nunes, por sua vez, tem utilizado sua proximidade com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como uma carta forte em sua campanha, e tenta se distanciar das associações com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem mantido certa distância das disputas eleitorais em São Paulo. Boulos, por outro lado, aposta no apoio do presidente Lula para angariar votos, principalmente nas regiões mais periféricas da capital, onde a rejeição a Nunes é maior.

    A pesquisa Quaest, encomendada pela TV Globo, entrevistou 1.200 eleitores presencialmente e tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com registro na Justiça Eleitoral sob o número SP-05735/2024.

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