Datena deixa hospital e garante que não vai desistir da campanha: “Estou no páreo”
Segundo o candidato do PSDB, ele decidiu ir ao hospital após se sentir mal em casa. O apresentador disse que passou por “vários exames”
Por Fábio Matos, Infomoney - O apresentador José Luiz Datena, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo (SP), recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, no fim da tarde de terça-feira (3).
O jornalista foi submetido a uma bateria de exames e acabou cancelando suas agendas públicas que estavam programadas para o mesmo dia – uma caminhada com apoiadores no centro da cidade e uma sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo UOL.
Em conversa com repórteres, na saída do hospital, Datena rechaçou os rumores de que estaria pensando em desistir da campanha. “Estou no páreo, não importa em que posição eu vou ficar”, afirmou o candidato tucano à prefeitura.
Segundo Datena, ele decidiu ir ao hospital após se sentir mal em casa. O apresentador disse que passou por “vários exames” e vem sofrendo com estresse e cansaço nos últimos dias.
“Claro [que estou cansado], estou em campanha política. Quem não sente? Estou até gostando, mas é cansativo”, disse.
“Mais para frente, depois das eleições, eu vou ter que fazer o sétimo cateterismo e colocar o sétimo stent. Estou virando Robocop, com tantas pecinhas que tenho no coração”, brincou o candidato do PSDB.
Em 2020, José Luiz Datena foi submetido a uma angioplastia – procedimento médico que consiste na desobstrução de artérias bloqueadas, permitindo um melhor fluxo sanguíneo. Ele também já teve de retirar o pâncreas por causa de um câncer e foi diagnosticado com diabetes tipo 2.
“Essa diabetes foi minando minhas coronárias. Se não fosse a habilidade da equipe médica e os procedimentos de excelência [do Sírio-Libanês], eu não estaria aqui para disputar uma eleição”, disse o candidato.
“Eu vou com mais vontade ainda de participar desta eleição”, prosseguiu Datena, negando qualquer possibilidade de desistir neste ano.
“O maior exemplo é estar dentro do próprio PSDB, onde o Mário Covas e o Bruno Covas, mesmo doentes, sustentaram o governo. O Bruno foi um herói e, com uma doença grave, conseguiu vencer uma eleição.”
Em eleições anteriores, para diversos cargos, Datena chegou a afirmar que seria candidato, mas acabou desistindo na última hora. Em 2020, ele esteve muito próximo de ser companheiro de chapa de Bruno Covas, que buscava renovar o mandato. Então filiado ao MDB, ele teve uma série de conversas com Covas, que se animava com a possibilidade de ter o apresentador como vice.
Na reta final, Datena recuou mais uma vez, alegando que a TV Bandeirantes havia lhe pedido para permanecer na emissora. O jornalista já passou por 11 partidos em sua trajetória política. Além do PSDB, Datena já fez parte de PT, PP, PRP, DEM, MDB, PSL, PSD, União Brasil, PSC e PSB – em uma verdadeira “montanha-russa” partidária.
“Escolhi a eleição errada”
Na semana passada, ao participar de sabatina promovida pela GloboNews, Datena reconheceu as dificuldades que sua campanha vem enfrentando neste momento, em meio à queda nas últimas pesquisas de intenção de voto e a uma disputa acirrada para tentar uma vaga no segundo turno.
O tucano admitiu que seu plano, ao entrar na política, sempre foi o de se candidatar ao Senado pelo estado de São Paulo. Mas disse que acabou aceitando o convite do PSDB para concorrer à prefeitura da capital.
“Escolhi a eleição errada”, afirmou Datena. “Nas outras [eleições], eu estava com 25%, 30% já de saída”, destacou o jornalista.
Pesquisa
De acordo com a pesquisa divulgada, na terça-feira, pelo Real Time Big Data, José Luiz Datena aparece em quinto lugar na disputa pela prefeitura de São Paulo, com 8% das intenções de voto.
Em relação ao último levantamento do instituto, o candidato do PSDB oscilou 1 ponto percentual para baixo (ele tinha 9%). Datena está tecnicamente empatado com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que foi de 8% para 9%.
A liderança da corrida eleitoral é dividida por três candidatos que estão em situação de empate técnico: Pablo Marçal (PRTB), com 21% das intenções de voto; Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), ambos com 20%.
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