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    Debate final entre Nunes e Boulos é marcado por troca de acusações

    Candidatos à prefeitura de São Paulo se atacam em temas como segurança, corrupção e alianças políticas em confronto tenso na TV Globo

    Ricardo Nunes e Guilherme Boulos (Foto: Edson Lopes JR./Prefeitura SP e Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

    247 – O último debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) antes do segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, realizado pela TV Globo nesta sexta-feira (25), foi marcado por um intenso embate em torno de temas polêmicos, como aponta reportagem da Folha de S. Paulo. A segurança pública, casos de corrupção e as alianças políticas dos candidatos dominaram o confronto, com referências diretas aos padrinhos Jair Bolsonaro, apoiador de Nunes, e o presidente Lula, aliado de Boulos.

    Logo no início, Nunes acusou o adversário de radicalismo, buscando associá-lo a casos policiais que envolvem o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), organização que Boulos coordenou, além de citar posições do PSOL sobre descriminalização de drogas e desmilitarização da polícia. “Se tem um extremista nesse debate é você, que se aliou a Bolsonaro, alguém que desprezou vacinas e desrespeitou a democracia”, rebateu Boulos, que também destacou investigações sobre contratos da prefeitura de São Paulo, insinuando a proximidade de Nunes com práticas corruptas.

    As discussões se acirraram quando o deputado relembrou um incidente de 1996, em que Nunes disparou um tiro na entrada de uma boate em Embu das Artes (SP). O prefeito minimizou o caso, afirmando que apenas tentava separar uma briga entre amigos. Já Nunes, em tom acusatório, relembrou protestos do MTST em 2016 que resultaram em depredação da sede da Fiesp. “Eu estava defendendo famílias despejadas, que haviam perdido tudo”, justificou Boulos, destacando sua atuação em defesa dos mais pobres.

    Os candidatos também discutiram a privatização da Sabesp e concessões de cemitérios municipais. Boulos criticou Nunes, acusando-o de apoiar a venda da companhia de saneamento em troca de apoio eleitoral do governador Tarcísio de Freitas. O prefeito defendeu a medida como necessária para universalizar o saneamento. Em relação aos cemitérios, Boulos destacou que a concessão resultou em taxas excessivas para as famílias, o que Nunes refutou, dizendo que a decisão foi motivada pela alta corrupção no setor.

    A segurança pública foi outro tema de confronto direto. Nunes criticou o histórico de votos de Boulos na Câmara dos Deputados, acusando-o de leniência com criminosos por se ausentar em votações que propunham aumentar penas. Boulos se defendeu, explicando que estava em uma reunião com o presidente Lula no momento da votação, e devolveu a crítica ao prefeito, dizendo que ele "demonstra falta de firmeza para enfrentar os problemas reais da cidade".

    O debate foi intensamente acalorado, com direito a provocações e trocas de farpas. Em certo momento, Boulos ironizou a falta de preparo de Nunes, dizendo: "Diferente dele, sei andar de bicicleta sem rodinhas; não preciso de Bolsonaro para me apoiar". Nunes respondeu mencionando que Boulos teria sido condenado 32 vezes por divulgar conteúdos considerados falsos, ressaltando: "Radicalismo e extremismo não levam ninguém a lugar nenhum, principalmente na gestão de uma cidade como São Paulo".

    No encerramento, Boulos pediu que o eleitorado optasse “pela esperança em vez do medo” e criticou Nunes pela ausência em debates anteriores, enquanto o prefeito reafirmou que governar São Paulo exige “equilíbrio e experiência, não extremismo e discurso de ataque”.

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