Deputado Simão Pedro pede que o Ministério Público investigue a gestão da segurança pública do governo Tarcísio

De acordo com o parlamentar, moradores do estado de São Paulo vivem num 'ambiente de violência sistêmica, abusiva e aguda'

05 de dezembro de 2024, 18:49 h

Tarcísio de Freitas (à esq.) e Simão Pedro (Foto: Divulgação)

247 - O deputado estadual Simão Pedro (PT) entrou nesta quinta-feira (05) com representação no Ministério Público (MP/SP) pedindo investigação contra o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da SSP/SP, Guilherme Derrite. O petista apontou prevaricação e improbidade administrativa em função de criarem uma Ouvidoria paralela das polícias subordinada ao gabinete do secretário, o que, segundo o parlamentar, provocou o sucateamento da Ouvidoria oficial das Polícias.

De acordo com Simão Pedro, moradores do estado de São Paulo vivem num "ambiente de violência sistêmica, abusiva e aguda, o que exige a pronta investigação por parte do MP/SP".

O parlamentar pediu a apuração sobre o secretário de segurança e o governador por não cumprirem uma norma (n.º 648/2024), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e por violarem decisões do Supremo Tribunal Federal, que determinam o uso das Câmaras corporais pelas PMs de forma permanente.

O deputado do PT fez a solicitação em um contexto de novas repercussões da violência policial. De acordo com o Ministério Público (MP-SP), 712 pessoas foram mortas por policiais militares no período que vai de janeiro ao dia 03 de dezembro no estado.

O número representou alta de 74% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 409 pessoas foram assassinadas. Também correspondeu a uma média de duas pessoas mortas pela polícia por dia. Pelas estatísticas, 604 dos mais de 710 assassinatos foram cometidos por policiais no horário de serviço, e 104, por agentes em folga.

A iniciativa do parlamentar também aconteceu após dois casos de violência policial esta semana terem repercussão na mídia e nas redes sociais. Em um deles, um PM jogou um homem de uma ponte, na Cidade Adhemar, na zona sul da capital. No outro caso, um PM, que estava de folga, matou um rapaz de 26 anos com tiros nas costas e disse que o homem havia furtado um mercado, no Jardim Prudência, também na zona sul.

Em nota, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, afirmou que anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas anti profissionais. "Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”.