"Ele fazia qualquer dia horrível ficar melhor", diz viúva de Anderson Gomes
Em depoimento, a Agatha relatou as dificuldades enfrentadas ao criar sozinha o filho Arthur
247 – A servidora pública Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, prestou depoimento nesta quarta-feira (30) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, durante o julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos pelo crime que também matou a vereadora Marielle Franco.
"Ele era essa pessoa que fazia qualquer dia horrível ficar melhor com gestos simples", disse Agatha.
Em depoimento, a viúva relatou as dificuldades enfrentadas ao criar sozinha o filho deficiente Arthur, de 8 anos.
"Por não ter o pai, a mãe está a todo tempo para ir à delegacia, para ir a caminhadas, para voltar a trabalhar. Não tinha nada de laudos do Arthur, e ainda tinha que levar ele para fazer tudo. Isso me deixou exausta, sem paciência com ele, porque não tinha com quem dividir a vida. Não tinha com quem ficar com o Arthur um pouco. Eu não estava no momento de querer brincar", contou.
"Eu tive meu momento de ficar chorando e o Arthur perto de mim, só. Perdeu convívio com os familiares do Anderson. Ele perdeu esse elo. Perdeu a pessoa que dizia que tudo ia dar certo. Era ele [Anderson]”, afirmou.
Além de Agatha, também prestaram depoimento a ex-assessora de Marielle e sobrevivente do crime, Fernanda Chaves, assim como a mãe da vereadora, Marinete da Silva, e Mônica Benício, viúva de Marielle.
O júri deve se estender até a madrugada de quinta-feira (31), com os jurados incomunicáveis durante o processo. Lessa e Élcio serão ouvidos por videoconferência. Os dois ex-policiais firmaram um acordo de delação e confessaram o crime.
O Ministério Público do Rio solicitará a pena máxima para os réus, que pode alcançar até 84 anos de prisão.
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