"Eu quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas”, diz mãe de estudante morto pela PM

247 - Silvia Mónica Cárdenas Prado, mãe do estudante de medicina Marco Aurélio Cárdenas Acosta, morto pela Polícia Militar em São Paulo, fez duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que, segundo ela, sequer enviou um pedido de desculpas pelo ocorrido. A família de Marco Aurélio concedeu uma entrevista coletiva na última quarta (8). As informações são da Folha de S. Paulo.

"Eu quero justiça, eu quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas", disse a mãe do jovem. Ela listou diversos casos de violência policial recentes, como um homem jogado no rio e a morte de uma criança durante uma operação em Santos, no litoral de São Paulo.

Marco Aurélio foi atingido por um tiro na barriga por um policial militar, após uma breve interação em que ele deu um tapa no retrovisor de uma viatura, onde estavam dois PMs. Esse ato desencadeou uma perseguição que culminou na sua morte dentro de um hotel, enquanto ele tentava se refugiar.

"Meu filho desde que nasceu foi um lutador. Ele nasceu prematuro, com sete meses", disse o pai de Marco Aurélio, o médico Julio César Acosta Navarro, 59. Ele e sua esposa, Silvia, acreditam que seu filho foi vítima de xenofobia e discriminação racial, reforçando a tese de que o jovem, com traços indígenas e origem peruana, foi alvo de preconceito. “Meu filho era moreno e morreu no dia da Consciência Negra”, lamentou Silvia.

O advogado da família, Roberto Guastelli, também estava presente e destacou o atraso nas investigações, apontando que a PM demorou a liberar as imagens das câmeras corporais dos policiais, o que dificultou a apuração dos fatos pela Polícia Civil.