Justiça bloqueia R$ 246 mil de empresa ligada a Pablo Marçal por dívida com o Banco Safra
Desembargador aponta indícios de grupo econômico entre escolas Pichotinho e Elementare. Influenciador nega vínculo com a empresa devedora
247 - A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 245,9 mil das contas bancárias da Escola Elementare Fundamental, empresa da qual o influenciador e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal é sócio desde junho de 2023. A decisão, assinada pelo desembargador Mendes Pereira, foi executada em 11 de fevereiro, conforme revelou Rogério Gentile, da Folha de S. Paulo.
O bloqueio foi motivado por uma dívida referente a um empréstimo bancário contraído em dezembro de 2020 pela Escola Pichotinho, empresa distinta da Elementare e pertencente a outros empresários. No entanto, o magistrado concluiu que ambas atuam como um grupo econômico e considerou haver indícios de "engenharia societária" com o objetivo de transferir ativos entre as companhias, o que configuraria tentativa de blindagem patrimonial para evitar o pagamento da dívida ao Banco Safra.
A decisão judicial gerou repercussão porque envolve diretamente o nome de Pablo Marçal, que ganhou notoriedade nacional como coach e influencer, além de ter disputado as eleições municipais paulistanas em 2024. Marçal nega qualquer relação com a empresa que contraiu a dívida. Em manifestação encaminhada à Justiça, sua defesa argumenta que a Escola Elementare é "completamente autônoma" e que “não figurou na referida transação [o empréstimo bancário] e tampouco integra qualquer grupo econômico da executada, possuindo CNPJ distinto, com participação societária que não guarda relação com as pessoas envolvidas”. E acrescenta: “não é responsável pelo prejuízo”.
Apesar da argumentação, o desembargador Mendes Pereira sustentou sua decisão com base em evidências como o compartilhamento do mesmo endereço físico pelas duas instituições e o uso conjunto de logomarcas na fachada do edifício onde funcionam. Ele destacou ainda que há indícios de uma administração única para ambas.
A defesa da Escola Pichotinho também rejeita as acusações. Em sua petição, os responsáveis pela empresa afirmam que não houve qualquer tentativa de fraude, blindagem patrimonial ou transferência irregular de ativos. Consideraram as alegações apresentadas no processo como “maliciosas” e insistem na autonomia entre as instituições.
Pablo Marçal ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão, enquanto o processo segue em tramitação na Justiça paulista.
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