Marqueteiro de Tarcísio lança governador a presidente, Derrite ao governo e defende Michelle como vice
Publicitário diz que o governador de São Paulo dialoga com Alexandre de Moraes e vai esperar a decisão de Jair Bolsonaro até 31 de março de 2026
247 – O estrategista político Pablo Nobel, responsável pela campanha vitoriosa de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo em 2022 e pela eleição de Javier Milei na Argentina, concedeu uma entrevista detalhada ao Globo sobre o futuro da direita brasileira e as possibilidades para 2026. A conversa ocorreu na sede da sua empresa, a PLTK, em São Paulo, e abordou o jogo de Tarcísio, a dependência de Bolsonaro e a perspectiva de uma eventual prisão do ex-presidente.
"Tarcísio é absolutamente leal a Bolsonaro e não fará nenhum movimento para prejudicá-lo. Ele vai esperar até 31 de março de 2026 para saber qual será a decisão de Bolsonaro. Até lá, estaremos sentados aguardando o que ele vai dizer", afirmou Nobel. O estrategista destaca que, apesar da inelegibilidade de Bolsonaro determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente ainda não internalizou essa realidade e acredita que pode reverter a decisão.
Tarcísio, no entanto, já se consolida como o candidato da classe dominante e do capital financeiro local e internacional, que deposita nele grandes expectativas de aprofundamento das políticas neoliberais e de privatizações em larga escala. Entre os planos aguardados está a venda da Petrobras, um dos principais alvos do mercado financeiro.
Questionado sobre a possibilidade de prisão de Bolsonaro, Nobel disse acreditar que isso deve ocorrer em setembro de 2025. "Isso pode gerar uma reação popular e transformar Bolsonaro em um mártir do conservadorismo, unificando novamente o movimento que hoje tem múltiplos candidatos", avaliou.
Sobre a recente manifestação em Copacabana, Nobel reconheceu que a adesão foi abaixo do esperado e atribuiu isso à falta de uma pauta mais abrangente. "Os organizadores erraram ao focar apenas na anistia. Se tivessem enfatizado também o 'Fora Lula', talvez tivessem mobilizado mais gente", analisou.
Tarcísio e a relação com Bolsonaro e o STF
Outro ponto abordado foi o papel de Tarcísio dentro do bolsonarismo e sua relação com o Supremo Tribunal Federal (STF). Nobel rechaça a ideia de que Tarcísio seja um "Bolsonarista de garfo e faca", como alguns ministros do STF o classificaram. "Ele tem uma excelente gestão no estado e um pragmatismo realista. Ele sabe equilibrar suas alianças", afirmou.
O marqueteiro também defendeu a participação de Tarcísio em atos de Bolsonaro, mesmo aqueles onde ministros do STF foram atacados. "Ele manteve a lealdade ao grupo bolsonarista e, ao mesmo tempo, tem diálogo com Alexandre de Moraes e outros ministros. Isso é habilidade política", justificou.
O cenário da direita para 2026 e a escolha de vice
Para Nobel, a candidatura de Tarcísio ao Planalto só ocorrerá se Bolsonaro não concorrer. Caso isso se concretize, ele defende a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como uma excelente opção para vice. "Ela é um nome muito forte, especialmente junto ao eleitorado evangélico, e agregaria muito valor à chapa", opinou.
Quanto ao governo de São Paulo, caso Tarcísio deixe o cargo para disputar a presidência, Nobel acredita que Guilherme Derrite, atual secretário de Segurança Pública, é o mais competitivo para sucedê-lo. "O discurso mais duro na área de segurança é o que o eleitor busca", disse.
A esquerda e o pós-Lula
O estrategista também avaliou o cenário da esquerda para 2026 e indicou que o ministro do STF Flávio Dino seria o melhor nome para uma eventual sucessão de Lula. "Ele é um excelente debatedor e tem experiência nos Três Poderes. No entanto, não acredito que ele deixará o STF para concorrer", ponderou.
Por fim, Nobel indicou que Lula pode desistir da reeleição. "Ele é esperto e sabe que enfrenta dificuldades. Sua falta de projeto para os próximos anos é evidente, e seu governo não tem mais o impacto que já teve no passado", concluiu.
O jogo político para 2026 ainda está longe de ser definido, mas, conforme a análise de Nobel, a direita terá que equilibrar sua estratégia entre a esperança na elegibilidade de Bolsonaro, a possível candidatura de Tarcísio e a necessidade de um discurso que atraia o eleitor de centro.
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