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    "Força policial mais perigosa do mundo", diz jornal britânico sobre a PM de São Paulo

    Diretora da ONG Conectas denunciou o aumento da letalidade policial na gestão Tarcísio de Freitas e a responsabilidade do secretário Guilherme Derrite

    PM de São Paulo e Tarcísio de Freitas (Foto: Polícia Civil de SP/Twitter | ABR)
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    247 - O tabloide britânico The Sun chamou a Polícia Militar (PM) de São Paulo de “força policial mais perigosa do mundo” em uma matéria publicada neste domingo (16). O artigo traz uma entrevista com Camila Asano, diretora-executiva da Conectas, intitulada “Streets of Blood - Inside world’s most dangerous police force as kids shot dead, suspects thrown off bridges & cops ‘wanting murders on CV’” ("Ruas de Sangue - Por dentro da força policial mais perigosa do mundo, com crianças mortas a tiros, suspeitos jogados de pontes e policiais que 'querem assassinatos no currículo'", em tradução livre). O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda não se manifestou sobre o caso.

    Camila, formada em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Ciência Política, lidera a organização focada em direitos humanos desde 2022. Na entrevista, ela destacou diversos casos recentes de violência policial que têm alimentado uma crise na segurança pública de São Paulo.

    Entre os episódios destacados, estão a morte do menino Ryan da Silva Andrade, de 4 anos, durante uma ação da PM em Santos, no litoral paulista; o assassinato do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, na portaria de um hotel na Vila Mariana, na capital do Estado; e o caso de um homem jogado de uma ponte por um policial militar na região Sul da cidade.

    Segundo Camila, a letalidade policial em São Paulo vinha apresentando uma tendência de queda até o início do governo de Tarcísio de Freitas. A partir da atual administração, ela aponta que o governador passou a defender as ações da PM e questionar evidências de métodos eficazes para controlar a violência, como as câmeras corporais acopladas aos uniformes dos policiais.

    Camila também menciona a responsabilidade de Guilherme Derrite, secretário de Segurança de São Paulo, pelo aumento da violência policial. Derrite já foi gravado em áudio, revelado pelo Ponte Jornalismo em 2015, afirmando que é "vergonhoso" para um policial não ter ao menos "três ocorrências" de homicídio em seu currículo. De acordo com um estudo do Instituto Sou da Paz, ao menos uma em cada três mortes violentas em São Paulo é causada por policiais.

    A diretora-executiva do Conectas ressalta que, apesar da pressão, o governador não fez "nenhum gesto concreto" para mudar a forma de atuação da PM. "E o fato de o secretário ainda estar no cargo é um exemplo muito concreto de que ele não está realmente comprometido em mudar", disse Camila, de acordo com a reportagem. Ela também apontou que os episódios de violência policial ocorrem dentro de um contexto local altamente "racista".

    A reportagem ainda ressalta que “entre janeiro e setembro de 2024, a polícia matou 496 pessoas em São Paulo, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP). Isso é 75% a mais que no mesmo período do ano anterior”. “Para efeito de comparação, apenas uma pessoa foi morta pela polícia em Londres durante esse período”, destaca o periódico britânico mais à frente.

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