Motorista que levava estudante baleado no Rio trabalha 17 horas por dia

247 -  O motorista de moto por aplicativo Thiago Marques Gonçalves, de 24 anos, foi alvo de tiros disparados por um policial militar da reserva na Penha, zona norte do Rio, após ser confundido com um assaltante. O passageiro que ele transportava, Igor Melo, de 32, anos foi atingido por disparos. As informações são do UOL.

Segundo relatos da família, Thiago trabalha 17 horas por dia para conseguir sustentar sua família. Segundo sua mãe, Jaqueline Marques de Farias, de 36 anos, Thiago começou a trabalhar como mototaxista após ser demitido de seu emprego formal no fim de 2024."Ele costuma trabalhar de dia e de noite, dependendo de quanto precisa fazer na semana pra conseguir pagar as contas. No fim de semana, ele costuma trabalhar mais do que isso", disse.

Por volta das 1h da madrugada de segunda-feira, a moto foi alvejada enquanto passava pelo viaduto da Penha. O policial, que alegou que sua esposa havia reconhecido Thiago como autor de um roubo, iniciou a perseguição e disparou contra a moto. Igor, que também é garçom em uma casa de samba, foi atingido nas costas. Ele foi socorrido por seguranças do local de trabalho e levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia e se encontra estável.

 "O Thiago foi levado pra delegacia. Não sei onde está a moto, os pertences dele, não sei nada. Ele estava trabalhando de madrugada para pagar a moto, que é alugada para ele poder fazer o serviço", disse a mãe do rapaz.

A Polícia Militar, por sua vez, informou que o policial da reserva se apresentou na delegacia como autor dos disparos. De acordo com a PM, a esposa do policial teria identificado o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo.