PM do Tarcísio espanca homem rendido no chão em Paraisópolis; 'vou matar todo mundo', diz outro agente
Uma policial militar foi flagrada agredindo um homem rendido e deitado
247- Uma policial militar foi flagrada agredindo um homem rendido e deitado no chão na comunidade de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, na última terça-feira (17). A ação foi registrada em vídeo por moradores e divulgada pela TV Globo. De acordo com o g1, as imagens mostram a PM desferindo quatro chutes contra o suspeito — um na cabeça e três nas costelas — enquanto ele estava de bruços, com as mãos atrás da cabeça.
Os registros evidenciam também outro policial militar envolvido na abordagem, que pisou no braço do homem e apontou uma arma em direção a um carro durante o ocorrido. O agente ainda gritou: “Sai do carro, se não eu vou matar todo mundo nessa p....”. Apesar da ameaça, o motorista do veículo acelerou e fugiu, levando o policial a disparar em sua direção.
Abordagem fora dos protocolos
Procurada pelo g1, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a abordagem realizada pelos policiais “não condiz com os protocolos da Polícia Militar do Estado”. Segundo a SSP, uma investigação preliminar foi aberta, e as imagens do ocorrido, tanto as registradas por moradores quanto as captadas pelas câmeras corporais dos agentes, serão analisadas como parte da apuração.
A SSP informou que a equipe da PM estava em patrulhamento quando suspeitou de um veículo com três ocupantes e tentou abordá-lo. O motorista, no entanto, desobedeceu à ordem de parada e iniciou uma perseguição, durante a qual a viatura policial foi alvo de disparos. O carro foi interceptado na Rua Rudolph Lotze, em Paraisópolis, e seus ocupantes encaminhados ao 89º Distrito Policial do Portal do Morumbi. O caso foi registrado como desobediência, localização e apreensão de veículo.
Episódios de violência policial em alta
O caso em Paraisópolis ocorre em meio a uma série de episódios de violência policial no estado de São Paulo, que têm gerado repercussão negativa e questionamentos sobre a conduta da Polícia Militar. Nas últimas semanas, ao menos 45 policiais militares foram afastados de suas funções, e dois foram presos por abuso de autoridade e envolvimento em ações letais.
Entre os episódios mais chocantes, destaca-se o de um homem arremessado de uma ponte por um policial na Vila Clara, também na Zona Sul, além da agressão a uma idosa e a seu filho durante uma abordagem em Barueri, na Grande São Paulo.
Esses acontecimentos levaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a rever sua posição sobre o uso de câmeras corporais pela PM. “Me arrependo muito da postura reativa que tive com as câmeras”, afirmou em 6 de dezembro, durante um evento sobre segurança pública.
Pressão por mudanças
O aumento da brutalidade policial em São Paulo tem mobilizado organizações de direitos humanos, que cobram medidas concretas para prevenir abusos. Especialistas apontam que episódios como o de Paraisópolis reforçam a urgência de revisar treinamentos e protocolos operacionais da Polícia Militar.
Enquanto isso, a sociedade segue acompanhando, entre indignação e incerteza, os desdobramentos de um sistema de segurança pública que enfrenta graves crises de confiança e legitimidade.
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