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    Prêmio pelo assassinato de Gritzbach era de R$ 3 milhões

    Delator do PCC recebeu áudio alertando sobre recompensa pela sua morte, diz advogado

    (Foto: Reprodução)

    247 – O delator do PCC, Vinicius Gritzbach, assassinado a tiros no último dia 8 de novembro em um terminal de desembarque do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, estava sob uma ameaça direta de execução, cujo valor foi estipulado em R$ 3 milhões. A informação foi confirmada pelo advogado Ivelson Salotto, que representou Gritzbach em dois processos judiciais. Em entrevista ao Metrópoles, Salotto detalhou que o delator recebeu um áudio em que a oferta para matá-lo era mencionada. “Ele recebeu uma ligação de uma pessoa, que é investigada, que estava oferecendo R$ 3 milhões pela cabeça dele, que era fácil acertar ele [sic]”, afirmou Salotto.

    Ainda segundo o advogado, uma testemunha que presenciou o momento da oferta gravou a conversa e enviou o áudio a Gritzbach, possivelmente com a intenção de alertá-lo e tentar preservar sua vida. Gritzbach, que havia feito um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), forneceu informações sobre um núcleo do PCC envolvido em lavagem de dinheiro. A defesa relatou que o delator havia solicitado proteção formal ao MPSP, mas o pedido não foi atendido.

    Gritzbach, que já havia sobrevivido a uma tentativa de homicídio em dezembro do ano passado, era alvo da facção por supostamente estar envolvido no assassinato de dois membros do PCC, um deles considerado líder do grupo. Ele chegou a ser preso preventivamente sob a acusação de duplo homicídio, mas foi liberado em junho de 2023 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fontes do Judiciário alertaram na época que sua soltura representava um risco iminente à sua segurança.

    Policiais sob investigação

    A execução de Gritzbach levanta sérias questões sobre a eficácia da proteção oferecida pelos quatro policiais militares que estavam encarregados de sua segurança. Os PMs, que foram afastados de suas funções e estão sendo investigados, alegaram que pararam em um posto de combustíveis para lanchar enquanto aguardavam a chegada do delator. Segundo os depoimentos, uma falha mecânica impediu que um dos veículos da escolta chegasse ao aeroporto a tempo, levando apenas um dos policiais ao local do crime.

    Imagens de segurança mostram o momento em que um carro preto para na área de desembarque, e dois homens encapuzados, vestidos com coletes à prova de balas e armados com fuzis, descem e disparam contra Gritzbach. O ataque resultou em 29 tiros, segundo apuração do Metrópoles, e um dos disparos atingiu o rosto do delator, causando sua morte instantânea. Um motorista de aplicativo também morreu após ser atingido por uma bala perdida, e dois dos seguranças ficaram feridos durante o tiroteio.

    Pouco após o atentado, a Polícia Militar localizou o veículo utilizado na fuga, que já está sob análise pericial. A brutalidade do crime e a informação sobre a recompensa milionária pela execução de Gritzbach ilustram a complexidade e os riscos enfrentados por aqueles que desafiam o poder da maior facção criminosa do Brasil.

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