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    Saiba as suspeitas que pesam contra desembargador paulista alvo da PF

    Desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi afastado do cargo pela suspeita de venda de sentenças

    Tribunal de Justiça de São Paulo (Foto: Antônio Carreta / TJSP)

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    247 - O desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi afastado de suas funções por um ano, por ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em meio às investigações da Operação Churrascada. A operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (20), revelou indícios de corrupção, incluindo R$ 641 mil em depósitos em espécie, pagamentos a empresas de familiares e diálogos comprometedores sobre propinas, destaca o Metrópoles.

    A investigação contra Almeida emergiu da Operação Contágio, de 2021, que mirava desvios milionários em hospitais públicos geridos por Organizações Sociais de Saúde (OSS). Naquela ocasião, Wellington Pires, advogado e suspeito de lavagem de dinheiro, foi flagrado em conversas sobre a compra de decisões judiciais do desembargador. Pires, que também é guarda municipal, atuava como intermediário entre representantes de Almeida e o advogado Luiz Pires Moraes Neto, com diálogos detalhando transações financeiras e negociações de propinas.

    Um dos facilitadores iniciais dessas tratativas, segundo a reportagem, foi Valmi Lacerda Sampaio, falecido em 2019. Valmi usava o termo “churrasco” como código para plantões judiciais do desembargador, permitindo que pedidos específicos fossem despachados por Almeida. Em mensagens de 2018, Valmi e Wellington Pires discutem uma execução de pena que culminou em um suposto pagamento a um posto de gasolina, de propriedade de Valmi. A relação entre os envolvidos se manteve mesmo após a morte de Valmi, com Wilson Vital Menezes Junior assumindo o papel de intermediário.

    Casos específicos, como o de Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato, exemplificam as supostas transações ilícitas. Conversas entre Wellington e Wilson Vital sugerem pagamentos para obter decisões judiciais favoráveis. Em outra situação, Luiz Pires negociou um habeas corpus para o traficante Romilton Queiroz Hosi, oferecendo propina de R$ 1 milhão, sem sucesso devido à resistência de outro magistrado.

    A PF também identificou indícios de "rachadinha" no gabinete de Almeida, com depósitos de servidores totalizando R$ 641 mil entre 2016 e 2022. Em um incidente de 2016, um depósito de R$ 65 mil foi feito na conta da incorporadora do filho do desembargador, coincidente com um pedido de habeas corpus que Almeida deferiu após rejeitá-lo inicialmente. A empresa do filho do magistrado, Ivo de Almeida Junior, foi envolvida em transações suspeitas, incluindo a venda de um apartamento à esposa de Valmi Sampaio.

    O advogado de Almeida, Alamiro Velludo Salvador Netto, declarou que ainda não teve acesso aos autos completos da investigação e aguarda a autorização “a autorização ao total conteúdo das investigações para que a defesa possa se manifestar e, em consequência, reestabelecer no caso a verdade e a Justiça”.

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