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    São Paulo: denúncias de corrupção e violência policial ameaçam o futuro político de Derrite

    Cotado para o Senado ou até mesmo para o governo paulista, o secretário sofre com desgaste de sua imagem diante de escândalos na segurança pública estadual

    Guilherme Derrite (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - Cotado para o Senado ou até mesmo para o governo paulista, o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), vê seus planos políticos para 2026 ameaçados por uma série de escândalos que abalaram sua gestão até aqui, relata o Metrópoles. Entre eles, estão denúncias de corrupção contra a Polícia Civil, casos de violência policial com grande repercussão e o uso indevido de recursos da Polícia Militar.

    Os problemas vieram à tona após a delação do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos pouco depois de relatar à Corregedoria da Polícia Civil que agentes exigiram propina para interromper uma investigação contra ele. A delação atingiu diretamente a cúpula da Polícia Civil, resultando no afastamento do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Fábio Pinheiro Lopes, e na prisão de oito policiais civis pela Polícia Federal, incluindo um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

    Violência e abuso de poder ampliam desgaste - Além dos escândalos de corrupção, Derrite enfrenta pressões crescentes pelo aumento da letalidade policial. Casos recentes, como o assassinato de um estudante de medicina e a morte de um jovem baleado pelas costas após furtar sabonetes, ganharam grande repercussão. Outros episódios, como o caso de um homem atirado de uma ponte por policiais e a agressão a uma idosa em sua residência, reforçaram críticas sobre abusos da Polícia Militar.

    A reação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) veio com a ampliação do uso de câmeras corporais pelos policiais, revertendo sua promessa de campanha de 2022 de acabar com os equipamentos. “Estava completamente errado”, admitiu Tarcísio ao justificar a mudança de postura.

    Por outro lado, a criação de uma ouvidoria paralela pela gestão de Derrite foi alvo de críticas de entidades de direitos humanos, que consideram a iniciativa uma tentativa de enfraquecer a Ouvidoria já existente e dificultar a fiscalização das forças de segurança.

    Denúncias de uso irregular de recursos da PM - Outro ponto de desgaste para Derrite envolve o uso indevido de aeronaves da Polícia Militar. Ele foi acusado de ceder helicópteros para transportar amigos e familiares, além de liberar o pátio de aeronaves da corporação para que um empresário estacionasse um jato particular. O empresário em questão é conselheiro de uma empresa com contratos de mais de R$ 15 milhões com o governo paulista e já teria oferecido carona a Derrite em um jatinho durante uma viagem à Bahia.

    Planos políticos em xeque - A sequência de escândalos levou deputados estaduais de oposição a protocolar um pedido de impeachment contra Derrite na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O texto aponta que o secretário teria incentivado ações letais de policiais, postura já considerada controversa durante seu comando na Rota, a tropa de elite da PM paulista.

    Embora aliados de Derrite avaliem que ele não deve deixar o cargo, há um consenso de que os recentes episódios dificultam suas aspirações políticas mais ambiciosas para 2026. Antes considerado um potencial candidato ao governo paulista ou ao Senado, Derrite agora deve reavaliar suas possibilidades, com a tentativa de reeleição como deputado federal emergindo como uma opção mais viável.

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