Uber se junta à 99, ignora Nunes e lança mototáxi em São Paulo; prefeito fala em "carnificina" anunciada
Nova modalidade inicia operação fora do centro expandido da cidade em meio a embates com a prefeitura e polêmicas sobre segurança
247 - A partir desta quarta-feira (22), a Uber passa a oferecer o serviço de transporte de passageiros por motocicletas em São Paulo, uma iniciativa que já era alvo de controvérsia antes mesmo de sua estreia. Assim como a 99, que lançou a modalidade na cidade na semana anterior, a Uber inicia a operação fora do centro expandido da capital paulista, em áreas onde o transporte público é menos acessível. As informações são do UOL.
A decisão de iniciar o serviço veio logo após uma vitória judicial obtida pela 99. Na terça-feira (21), o Tribunal de Justiça negou um pedido liminar da Prefeitura de São Paulo que buscava suspender o serviço. A Uber destaca que o transporte de passageiros por motocicletas já é uma realidade em diversas cidades do Brasil, onde funciona sob regulamentação federal que ampara o serviço.
Reações polêmicas
A estreia da modalidade pela 99 na semana passada provocou duras críticas do prefeito Ricardo Nunes, que chegou a classificar a empresa como “assassina”. Segundo ele, o transporte de passageiros por motos aumentaria significativamente os acidentes de trânsito, causando uma “carnificina” nos hospitais. Em nota, a Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) reforçou o posicionamento da prefeitura, considerando a modalidade “ilegal e irresponsável”.
A administração municipal defende que um decreto proíbe o transporte de passageiros por motocicletas na cidade, com base em dados que apontam altos índices de acidentes envolvendo motos. Em resposta, tanto a Uber quanto a 99 argumentam que uma legislação federal permite a atuação do serviço, o que possibilita sua operação em várias cidades brasileiras.
Mobilidade nas periferias
Laura Lequain, responsável pela Uber Moto no Brasil, explicou a escolha das áreas periféricas para o início do serviço. Segundo ela, “as periferias são locais onde o transporte público é menos presente”, e a modalidade busca ser complementar a esse sistema. “É uma solução para viagens de última milha, como o trajeto entre um ponto de ônibus ou estação de metrô e a casa dos usuários”, destacou.
Além disso, o transporte por motocicleta é mais acessível em termos financeiros. Segundo a Uber, as viagens de moto podem ser até 40% mais baratas em comparação às realizadas por carros. O processo para solicitar o serviço é semelhante ao de chamar um carro pelo aplicativo, com o diferencial de que o motociclista oferece um capacete para o passageiro, caso este não possua um próprio.
O embate continua
A entrada da Uber Moto em São Paulo promete intensificar a disputa judicial e política envolvendo as plataformas de transporte e a Prefeitura. De um lado, estão os argumentos de que a modalidade atende a uma demanda crescente por mobilidade barata e eficiente em regiões desassistidas. De outro, há preocupações com os riscos à segurança pública e ao sistema de saúde.
Nunes manifestou dura oposição ao lançamento do serviço. A declaração foi feita durante um evento de entrega de apartamentos na Zona Sul da capital. Segundo Nunes, o serviço contraria um decreto municipal de 2023 que proíbe a operação de mototáxis na cidade. As informações são do portal G1.
“Esses desgraçados vêm aqui e ganham dinheiro e ainda querem levar a vida das pessoas (...) Não usem isso pelo amor de Deus. Vai ser uma carnificina”, afirmou o prefeito, que alertou sobre os riscos de acidentes fatais com motocicletas. Ele destacou que a cidade registrou 364 mortes de motociclistas em 2023 e que, no primeiro semestre de 2024, o número já é 37% maior, com 329 óbitos.
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