Caso do bolo envenenado: suspeita morre na prisão, mas investigações seguem em Guaíba
Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar bolo que matou três pessoas em Torres, foi encontrada morta na cela. PC afirma que inquéritos serão concluídos
247 - A suspeita Deise Moura dos Anjos, investigada por quatro homicídios e duas tentativas de homicídio — incluindo o caso do bolo envenenado que matou três pessoas em Torres, no Litoral Norte do RS —, foi encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba na manhã desta quinta-feira (13). A informação foi confirmada pela Polícia Penal, que suspeita de suicídio. Apesar da morte da principal acusada, as investigações sobre os crimes continuam, segundo o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré. "Como diz o Direito Penal, há a extinção da punibilidade por morte do agente. Ela não vai responder pelos fatos que praticou, porque está em óbito, mas a investigação continua até o final. Temos que esclarecer todas as circunstâncias do fato criminoso", afirmou Sodré em entrevista ao G1.
Deise era investigada por dois casos emblemáticos. O principal deles envolve o envenenamento de um bolo que causou a morte de três mulheres da mesma família em Torres, em dezembro. Além das mortes, três pessoas que comeram o bolo e sobreviveram, incluindo a sogra de Deise, Zeli dos Anjos, são consideradas vítimas de tentativa de homicídio.
O segundo caso investigado é a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro. Ele faleceu após consumir bananas e leite em pó supostamente envenenados pela nora. Zeli, que também ingeriu os alimentos, sobreviveu.
O episódio do bolo envenenado chocou o estado no final do ano passado. Três mulheres morreram após consumir o doce durante um café da tarde em Torres. As vítimas foram Maida Berenice Flores da Silva, Neuza Denize Silva dos Anjos e Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza.
Segundo a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas quando começaram a passar mal após comer o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o doce em Arroio do Sal e o levou para Torres, também foi hospitalizada, mas sobreviveu. Uma criança de 10 anos que comeu o bolo também se recuperou.
O delegado Marcos Vinicíus Veloso, responsável pelo caso, destacou que Zeli era o principal alvo de Deise. "O principal alvo dela era a Zeli. Ela estava no dia 2 de setembro, quando fez o café com leite em pó, e também estava no local em que Zeli fez o bolo em Arroio do Sal. Ela consumiu o bolo e foi hospitalizada", explicou Veloso.
Após a revelação do caso do bolo, a polícia passou a investigar a possível participação de Deise na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro. Ele morreu após consumir bananas e leite em pó levados por Deise à sua casa. O corpo de Paulo foi exumado, e exames confirmaram a presença de arsênio. A causa da morte foi infecção intestinal decorrente da intoxicação.
De acordo com o delegado Veloso, os inquéritos sobre os dois casos estavam em fase final e devem ser encaminhados ao Poder Judiciário. "Estávamos em fase de término, elaborando o relatório final deste inquérito. É um inquérito robusto, com mais de mil páginas de provas contundentes da participação da mulher que foi encontrada morta hoje no cometimento de quatro homicídios e quatro tentativas de homicídio", afirmou.
A previsão é que os inquéritos sejam remetidos até 20 de fevereiro, data em que se encerra o prazo da prisão temporária de Deise.
A morte da suspeita encerra a possibilidade de punição criminal, mas a polícia segue empenhada em esclarecer todos os detalhes dos crimes que abalaram famílias e comunidades no Rio Grande do Sul.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: