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    Polícia encontra nota fiscal de compra de arsênio em celular de suspeita de envenenar bolo no Rio Grande do Sul

    Deise Moura dos Anjos é investigada pela morte de três pessoas após consumir bolo contaminado; polícia apura compras repetidas da substância

    Deise é suspeita de envenenar bolo (Foto: Reprodução)
    Camila França avatar
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    247 - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que encontrou uma nota fiscal referente à compra de arsênio no celular de Deise Moura dos Anjos. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa pela delegada regional de Capão da Canoa, Sabrina Deffente, na última sexta-feira (10). Deise é a principal suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas em dezembro de 2023, na cidade de Torres, no litoral norte gaúcho.

    A nota fiscal revela que o produto foi adquirido online e entregue pelos Correios, tendo Deise como destinatária. As investigações apontam que ela teria realizado quatro compras de arsênio ao longo de cinco meses, destaca reportagem da Folha. A substância, de venda controlada no Brasil, levanta questionamentos sobre como a suspeita conseguiu adquiri-la repetidamente.

    Além do episódio ocorrido em dezembro, Deise também é investigada pela suspeita de ter envenenado o próprio sogro, Paulo Luiz dos Anjos, morto em setembro do mesmo ano. A polícia suspeita que ela adicionou arsênio ao leite em pó consumido por ele durante o café da manhã.

    Durante a coletiva, a delegada Sabrina Deffente revelou que há indícios de que Deise esteja envolvida em outros casos semelhantes. "As investigações apontam para outros episódios suspeitos envolvendo a acusada, mas ainda não podemos divulgar detalhes sobre possíveis vítimas", afirmou a delegada.

    A análise do celular de Deise também revelou pesquisas suspeitas em aplicativos de busca, com termos como "veneno que mata humano", "veneno para o coração" e "veneno arsênio". Em depoimento, Deise alegou que realizou as buscas após receber os resultados laboratoriais que indicaram a presença de arsênio nas vítimas. Contudo, a polícia descobriu que as pesquisas foram feitas anteriormente.

    A motivação do crime ainda está sendo investigada, mas a polícia apura a existência de um desentendimento de longa data entre Deise e sua sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, responsável por preparar o bolo contaminado. A investigação também revelou que, dias antes da confraternização familiar, Zeli participaria de um chá com mulheres de uma associação da terceira idade, evento que acabou cancelado. O bolo, que seria levado ao encontro, acabou sendo servido na celebração de 23 de dezembro.

    Na ocasião, seis pessoas consumiram a sobremesa, resultando na morte de Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, Neuza Denize Silva dos Anjos, 65, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47. Uma criança de dez anos, filho de Tatiana, chegou a ser internada, mas recebeu alta posteriormente. Zeli Teresinha ficou internada na UTI do hospital de Torres até o dia 6 de janeiro e recebeu alta hospitalar após três semanas de internação.

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