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    Chuva intensa volta a alagar Porto Alegre e expõe falhas na gestão de Sebastião Melo

    Bairros enfrentam alagamentos, falta de energia e impactos no transporte público; posse do prefeito Sebastião Melo foi cancelada

    Enchente em Porto Alegre (Foto: Ricardo Stuckert)
    Camila França avatar
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    247 - Porto Alegre voltou a enfrentar cenas de caos urbano devido às fortes chuvas que atingiram a cidade nesta quarta-feira (1º) e quinta-feira (2). Bairros como Centro Histórico, Cidade Baixa, Bom Fim, Floresta e 4º Distrito registraram alagamentos significativos, afetando o transporte público, o fornecimento de energia elétrica e resultando no cancelamento da posse do prefeito reeleito Sebastião Melo. O episódio reacende críticas à gestão municipal, especialmente em relação à inação durante as enchentes de 2024, consideradas as mais graves da história do Rio Grande do Sul, destaca o G1.

    De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), choveu 88 milímetros nas últimas 24 horas, mais da metade da média histórica de janeiro, que é de 144 milímetros.

    O Departamento Estadual de Água e Esgotos (Dmae) confirmou que a falta de luz afetou estações de bombeamento cruciais, como a Ebap 2, no 4º Distrito, e a Ebap 17, no Centro Histórico, agravando os alagamentos. A ausência de geradores emergenciais nessas estações é uma das críticas mais frequentes feitas à gestão municipal, pois compromete a capacidade de drenar a água em momentos críticos.

    O transporte público também foi severamente afetado. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou 14 pontos de bloqueio devido ao acúmulo de água. Além disso, a Trensurb precisou interromper o serviço entre as estações Mercado e Rodoviária devido ao alagamento na estação São Pedro, limitando a circulação de trens apenas até a estação Farrapos.

    Em 2024, o estado enfrentou enchentes catastróficas entre abril e maio, resultando em 182 mortes e afetando mais de 2 milhões de pessoas. Porto Alegre foi duramente atingida, com mais da metade dos bairros alagados e cerca de 157 mil moradores impactados.

    Investimentos insuficientes e obras atrasadas

    Apesar da gravidade das enchentes de 2024, projetos de prevenção a desastres no Rio Grande do Sul permanecem atrasados ou sequer saíram do papel. Desde 2012, obras de grande porte foram anunciadas para controle de águas pluviais, mas nenhuma foi concluída. Dados do governo federal mostram que, de 2018 a 2024, foram investidos sete vezes mais recursos na recuperação de desastres do que em prevenção, evidenciando uma priorização de ações reativas. Em julho de 2024, o governo federal anunciou R$ 6,5 bilhões para obras de drenagem no estado, mas a efetividade desses investimentos ainda depende de execução eficiente e tempestiva.

    A recorrência de alagamentos levanta questionamentos sobre a eficácia da gestão municipal. Embora Sebastião Melo tenha declarado que "o foco é garantir a segurança da população e retomar os serviços essenciais o mais rápido possível", especialistas e moradores criticam a falta de medidas estruturais e preventivas.

    As equipes da prefeitura, Dmae e EPTC continuam trabalhando para contornar os prejuízos causados pela chuva e restabelecer a normalidade na capital gaúcha.

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