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Maio foi o mês mais chuvoso da história de Porto Alegre. Prefeitura estima prejuízo de R$ 8 bilhões

Foram registrados 513,6 milímetros de chuva, ultrapassando pela primeira vez a marca de 500 mm

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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247 - Porto Alegre enfrentou, em maio, o mês mais chuvoso desde o início dos registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1910. Foram registrados 513,6 milímetros de chuva na estação meteorológica do bairro Jardim Botânico, ultrapassando pela primeira vez a marca de 500 mm, informa o jornal O Globo. As enchentes decorrentes dessa precipitação histórica afetaram mais de 157 mil moradores, resultando em cinco mortes e deixando 11,2 mil desabrigados, que hoje se encontram distribuídos em 135 abrigos pela cidade.

O prefeito Sebastião Melo (MDB) estimou que as chuvas provocaram um prejuízo financeiro entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. Este montante inclui tanto a destruição física quanto a redução nas receitas municipais devido a isenções fiscais como ISS e IPTU, que somam cerca de R$ 600 milhões. Só os danos físicos estão estimados em R$ 5,5 bilhões. Até o momento, a prefeitura empenhou R$ 323 milhões para a recuperação, com R$ 152 milhões já em execução.

Durante o lançamento do programa "Reconstruir Porto Alegre", a prefeitura destacou a necessidade de aproximadamente R$ 2 bilhões apenas para habitação, uma das áreas mais afetadas. No setor de saúde, 19% do sistema foi comprometido, incluindo 17 hospitais e clínicas inundados e 11 unidades isoladas, com um custo de recuperação estimado em R$ 115 milhões. No campo da educação, 12 escolas precisam de reformas e duas de reconstrução total, demandando um investimento de R$ 36 milhões.

As áreas verdes da cidade também sofreram impactos significativos, com 161 praças e 457 mil m² afetados, exigindo R$ 82 milhões para recuperação. A assistência social precisa de R$ 19,5 milhões para a reconstrução de dois prédios e reformas em outros sete. O tradicional Mercado Público, inundado pelas chuvas, necessita de R$ 6 milhões para a recuperação de seus 8 mil m², afetando cerca de 100 empresas e mil funcionários.

A precipitação de maio deste ano foi uma anomalia histórica. Segundo o MetSul, os maiores registros mensais até então variavam entre 300 mm e 400 mm, evidenciando a excepcionalidade do ocorrido. Para comparação, a média histórica de chuvas em maio é de 112,8 mm, e entre 1º de maio e 9h do dia 27, a cidade recebeu quase cinco vezes essa média. Considerando o período chuvoso que começou em 27 de abril, o acumulado chegou a 664 mm em 30 dias, representando 44% da média anual.

O fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico e alteração na circulação atmosférica, contribuiu significativamente para esse cenário. Este fenômeno esteve presente nos anos de 1941, 1982, 2023 e 2024, todos marcados por altos índices de precipitação. Entre 28 de abril e 28 de maio, cidades como Fontoura Xavier, Caxias do Sul, Cerro Branco, Guaporé e Sinimbu registraram acumulados superiores a mil milímetros.

A previsão do Inmet para os próximos dias é de tempo bom para a maior parte do Rio Grande do Sul, com possíveis chuvas fracas no litoral norte e possibilidade de geada em algumas cidades, especialmente na serra gaúcha, onde as temperaturas podem cair para 5°C.

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