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    Apontado como culpado pela inundação de Porto Alegre, prefeito fala em 'autocrítica dos gestores e da própria sociedade'

    "O orçamento participativo é um dos grandes instrumentos da cidade. A gente consulta as pessoas se preferem obras de drenagem ou de asfalto, e votam pelo asfalto", disparou

    Sebastião Melo (Foto: Alex Rocha/PMPA)

    247 - O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), apontado como um dos principais responsáveis pela inundação da capital gaúcha diante das intensas chuvas no Rio Grande do Sul, que começaram há um mês, disse ao jornal O Globo que "não é a hora de buscar culpados", mas ponderou que "a autocrítica deve ser minha e dos presidentes, governadores e gestores que nos antecederam". Além disso, "acho que a autocrítica também tem que vir da própria sociedade", disse Melo.

    "Um exemplo: o orçamento participativo hoje é um dos grandes instrumentos da cidade. A gente consulta as pessoas se preferem obras de drenagem ou de asfalto, e votam pelo asfalto. A tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul poderia ter acontecido no Rio de Janeiro, na Grande São Paulo ou em Belo Horizonte. O crescimento desordenado e uso inadequado do solo urbano está dentro desse processo", afirmou o prefeito.

    Melo também cobrou uma autocrítica do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que há duas semanas apontou para falhas no sistema antienchentes de Porto Alegre. "Ele é governador de todos os municípios e com certeza deveria fazer uma autocrítica do sistema do Rio Grande do Sul como um todo. Porto Alegre não foi a única cidade atingida pelas chuvas. É importante dizer que não se protege a nossa cidade sem tratar de Canoas, São Leopoldo, Eldorado e da Lagoa dos Patos. De fato, o sistema da capital foi concebido na década de 60 e nunca havia chegado a essa gravidade climática. Testado, apresentou problemas nos diques e as casas de bombas que estavam funcionando deixaram de operar quando foram tomadas pelas águas. Além disso, no muro da Mauá, houve falhas em três portões de comportas. Então, sim, tudo precisa ser revisto no futuro".

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