Porto Alegre ainda enfrenta problemas com resíduos após enchentes
Moradores relatam entulho, lixões provisórios e medo de contaminação após a tragédia
247 - Em relato à BBC News, moradores de Porto Alegre apontaram que após as fortes enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul, pouca coisa mudou no cenário de devastação. Após retornar ao seu apartamento no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, em 18 de maio, a profissional de educação física Cáren Cecília Baldo encontrou um cenário devastador. Treze dias antes, ela havia testemunhado a água invadindo a vizinhança, primeiro pelas ruas, depois pelo interior dos prédios. Agora, ela via os pertences destruídos dos vizinhos acumulados nas calçadas.
"No domingo, aumentou muito a quantidade de entulho. Na segunda-feira, também", relatou Cáren sobre os dias seguintes ao seu retorno. Além da lama e sujeira, Cáren observava montanhas de lixo ao redor do edifício, misturadas às recordações destruídas pela enchente.
Carros da prefeitura passavam anunciando a coleta do entulho "hoje à noite", mas, segundo a moradora, "o 'hoje à noite' nunca chegava". Situações semelhantes ainda são visíveis nos 22,6% da área de Porto Alegre afetados pela enchente.
Sem um plano de contingência para lidar com resíduos de catástrofes, a capital gaúcha recorreu a soluções improvisadas, atraindo críticas pelo acúmulo de barro, lixo e entulho. Mais de 40 dias após o início da inundação, moradores continuam depositando dejetos nas calçadas de bairros como Centro Histórico, Cidade Baixa e Menino Deus, já drenados há semanas. Em bairros como Humaitá e Sarandi, na zona norte, a água ainda persiste em ruas inteiras, com lixo acumulado nas partes secas. No Arquipélago, a água ainda cobre grande parte da área e não há luz.
Ainda de acordo com a reportagem, até 10 de junho, a prefeitura recolheu 48,3 mil toneladas de resíduos pós-enchentes, mobilizando 800 garis divididos em 22 grupos, que trabalham em três turnos de seis horas, incluindo fins de semana e feriados. Na terça-feira (11), mais 256 trabalhadores de empresas terceirizadas foram contratados emergencialmente para reforçar a coleta, raspagem de lodo e terra, e varrição de vias.
A prefeitura justificou a demora na coleta nas áreas alagadas como uma medida para não colocar em risco o pessoal e a maquinaria. "Foi a única alternativa que a gente teve de dar agilidade ao processo de coleta", afirmou Carlos Alberto Hundertmarker, diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).
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