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    China quer facilitar acesso a carros em grandes cidades para impulsionar consumo

    Plano nacional propõe flexibilizar cotas e priorizar famílias sem automóvel; cidades como Pequim, Xangai e Hangzhou já adotam medidas para expandir acesso

    Stand de carros da Xiaomi (Foto: Xinhua)
    Redação Brasil 247 avatar
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    Pequim, 24 de março (Xinhua) – Como parte de uma ampla estratégia para estimular a demanda interna, a China lançou um novo plano que visa flexibilizar as regras de concessão de cotas para compra de veículos, especialmente em grandes centros urbanos. O plano, divulgado em 16 de março pelos gabinetes do Comitê Central do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado, busca transformar o modelo de regulação do consumo automotivo no país, migrando de um sistema baseado em restrições de compra para um modelo focado no uso.

    A reportagem é da agência estatal Xinhua, que destaca o foco do novo plano na equidade social, com prioridade para famílias que ainda não possuem automóvel e que enfrentam longas esperas em sistemas de sorteio — como ocorre em cidades como Pequim, Xangai e Guangzhou.

    “O plano representa uma mudança importante de paradigma, privilegiando o uso eficiente do carro em vez de simplesmente controlar a compra”, avaliou Jia Xinguang, diretor executivo da Associação de Distribuidores de Automóveis da China. Segundo ele, além da flexibilização nas regras, há incentivo para que os cidadãos troquem carros antigos por modelos mais modernos e menos poluentes.

    Entre as principais medidas já anunciadas, Pequim decidiu que, das 100 mil licenças previstas para 2025, 80 mil serão destinadas a veículos de nova energia (NEVs) — elétricos e híbridos. Além disso, a cidade deve liberar mais 40 mil licenças exclusivamente para famílias sem carro, com distribuição baseada em um sistema de pontuação que considera o tempo de espera e outros critérios sociais.

    Tianjin, no norte da China, já disponibilizou 30 mil cotas com esse mesmo foco em 2024. Em Hangzhou, polo tecnológico no leste do país, as regras foram relaxadas para contemplar moradores que participaram em vão de pelo menos 48 rodadas de sorteio, permitindo que tenham acesso alternativo às licenças.

    A cidade de Xangai, por sua vez, adotou medidas para reduzir exigências para não residentes locais participarem dos leilões de licenças. O tempo mínimo de contribuição ao fundo de seguridade social ou de pagamento de imposto de renda individual foi reduzido de três anos para apenas um — uma decisão que amplia significativamente o número de pessoas elegíveis.

    Além de facilitar o acesso à propriedade de veículos, o plano também promove a gestão inteligente do uso, com base em tecnologia. Em Hangzhou, o sistema “City Brain”, impulsionado por inteligência artificial, monitora o tráfego em tempo real, ajusta semáforos e evita congestionamentos. Mais de 3.700 estacionamentos estão conectados à plataforma, permitindo aos motoristas pagar apenas após utilizarem a vaga, eliminando filas e confusão no trânsito.

    A moradora de Hangzhou, Li Xiang, exemplifica a mudança de percepção entre os cidadãos: “Devido aos congestionamentos frequentes, eu hesitava em comprar um carro. Mas com a melhoria na gestão do tráfego, estou começando a considerar a ideia”, declarou.

    A combinação entre políticas de estímulo ao consumo, tecnologia de ponta na gestão urbana e o incentivo à aquisição de veículos limpos faz parte da estratégia do governo chinês para sustentar o crescimento econômico e transformar a mobilidade urbana de forma inteligente e sustentável.

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