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      Junta militar de Mianmar intensifica ataques contra rebeldes após terremoto devastador

      Mesmo após declarar cessar-fogo, regime mantém ofensiva contra civis e impede acesso à ajuda humanitária

      Min Aung Hlaing durante cúpula em Bangcoc 4/4/2025 Divulgação via REUTERS (Foto: Divulgação via REUTERS)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Após o terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar em 28 de março, resultando em mais de 3.600 mortos e 5.000 feridos, a junta militar que governa o país intensificou ataques aéreos em regiões afetadas, como Sagaing e Mandalay.

      Segundo a Associated Press, mais de 6,3 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária, enquanto a ONU denuncia que as operações militares estão obstruindo os esforços de socorro.

      Embora tenha anunciado um cessar-fogo de 20 dias em 2 de abril, a junta realizou mais de 120 ataques após essa data, incluindo bombardeios em áreas controladas por grupos rebeldes. Em um caso, tropas dispararam contra um comboio de ajuda da Cruz Vermelha Chinesa, evidenciando os desafios enfrentados por organizações humanitárias.

      O relator da ONU para os direitos humanos em Mianmar alertou que o regime tem um histórico de utilizar a ajuda humanitária como arma, impedindo que esta chegue a zonas controladas pela oposição. Apesar disso, a junta solicitou assistência internacional, recebendo apoio de países como China, Índia e Estados Unidos, que liberaram US$ 2 milhões para ajudar o povo birmanês através de grupos humanitários locais.

      Enquanto isso, a oposição, representada pelo Governo de Unidade Nacional (NUG), anunciou uma trégua de duas semanas nas zonas afetadas pelo terremoto para facilitar as operações de resgate. No entanto, as forças da junta continuaram bombardeando objetivos rebeldes, agravando a crise humanitária.

      Contexto dos conflitos em Mianmar

      Desde o golpe militar de 1º de fevereiro de 2021, quando as forças armadas de Mianmar depuseram o governo eleito de Aung San Suu Kyi, o país mergulhou em uma guerra civil. A resistência, composta por grupos étnicos e civis, enfrenta uma repressão brutal da junta, que inclui ataques aéreos indiscriminados, execuções em massa e destruição de propriedades civis.

      A situação é agravada pela perseguição a minorias religiosas, especialmente cristãos nos estados de Chin, Kachin e Kayah, onde igrejas têm sido alvo frequente de bombardeios.

      A crise humanitária se intensifica com mais de 3,5 milhões de deslocados internos e uma economia em colapso. A comunidade internacional impôs sanções ao regime, mas a ajuda humanitária enfrenta obstáculos devido ao controle da junta sobre as áreas afetadas. A população civil continua a sofrer as consequências de um conflito prolongado e devastador.​

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