Mais Estados africanos abandonam a União Francesa
Mali, Burkina Faso e Níger afirmam que a Organização Internacional da Francofonia é uma ferramenta de manipulação política
247 - Burkina Faso e Mali se retiraram da Organização Internacional da Francofonia (OIF), seguindo o exemplo do vizinho da África Ocidental, o Níger, que já havia anunciado sua saída do grupo com sede em Paris. A reportagem é da HispanTV.
O governo burquinense afirmou nesta semana que a OIF desviou-se de sua missão original de promover a cooperação cultural e técnica, tornando-se uma ferramenta tendenciosa de “manipulação política”, conforme comunicado oficial, divulgado pela emissora estatal do país, a AIB.
“Burkina Faso não pode continuar cooperando com uma instituição que já não atende às suas legítimas expectativas em termos de justiça, igualdade e equidade”, diz o comunicado.
No início desta semana, Niamey, capital do Níger, anunciou que “decidiu de forma independente retirar o Níger da Organização Internacional da Francofonia”, sem explicar os motivos da decisão.
Nesta semana, o Mali, que atualmente preside a Aliança dos Estados do Sahel (AES, na sigla em francês) — um novo grupo formado por Mali, Burkina Faso e Níger — emitiu um comunicado anunciando a decisão de retirar os “Estados membros da confederação AES” da união francófona.
O Conselho Permanente da OIF, que conta com 88 membros, havia suspendido a participação de Mali, Burkina Faso e Níger após os golpes militares ocorridos nos três países, ex-colônias francesas que, inclusive, estiveram entre os primeiros membros da OIF, fundada em Niamey, em 20 de março de 1970.
“Desde o início da transição no Mali, em Burkina Faso e, depois, no Níger, a OIF... destacou-se pela aplicação seletiva de sanções... e pelo desprezo à sua soberania”, afirma um comunicado conjunto divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Mali.
Os Estados da África Ocidental membros da AES também se retiraram do bloco regional da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), após alegarem que a entidade representa uma ameaça à sua soberania por servir como instrumento de potências estrangeiras, especialmente da França.
A porta-voz da OIF, Oria Vande Weghe, declarou à emissora pública francesa TV5 Monde que a saída dos Estados da AES é lamentável, mas deve ser respeitada. “A OIF se considera um dano colateral em uma situação geopolítica que escapa ao seu controle”, afirmou Weghe.
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