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    Planárias no espaço: China testa regeneração celular em estação espacial

    Experimento busca desvendar mecanismos de regeneração em ambiente de microgravidade e pode abrir caminhos para avanços na luta contra o envelhecimento

    Estação espacial chinesa (Foto: Xinhua)
    Redação Brasil 247 avatar
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    Xinhua – A estação espacial chinesa vai receber um novo e inusitado “tripulante” em suas missões científicas: a planária, um verme conhecido por sua extraordinária capacidade de regeneração. A informação foi divulgada neste sábado (23) pela China Media Group, com base em dados da Academia Chinesa de Ciências.

    As planárias são organismos de corpo achatado com mais de 520 milhões de anos de história evolutiva. Muito utilizadas em pesquisas biológicas, elas impressionam por uma característica rara: podem se regenerar completamente após serem divididas em partes — inclusive recriando cérebros, intestinos, músculos e pele. Esse processo pode se repetir inúmeras vezes, o que as torna um modelo ideal para estudos sobre longevidade e reparação celular.

    Segundo o Centro de Tecnologia e Engenharia para Utilização Espacial da Academia Chinesa de Ciências, o objetivo do novo experimento é investigar como o ambiente espacial, marcado por microgravidade e condições magnéticas alteradas, afeta os mecanismos regenerativos das planárias. “Queremos compreender os impactos fisiológicos e moleculares induzidos pelo espaço nos processos regenerativos desses organismos”, afirma o centro de pesquisa.

    A proposta integra uma série de experimentos realizados na estação espacial chinesa para ampliar o conhecimento sobre os efeitos do espaço em organismos vivos. Antes das planárias, os chineses já levaram ao espaço zebrafish (peixes-zebra) e moscas-das-frutas, dois outros modelos comuns em pesquisas genéticas e fisiológicas. Com os peixes, os estudos se concentraram na ação da microgravidade sobre proteínas musculares e ósseas dos vertebrados. Já as moscas permitiram observar como o espaço afeta o crescimento, o comportamento e os ritmos biológicos sob gravidade reduzida e campo magnético enfraquecido.

    A escolha das planárias marca um avanço na complexidade dos modelos estudados e pode trazer contribuições significativas para a medicina regenerativa. Compreender os mecanismos que permitem que essas criaturas reconstruam seus corpos pode ser crucial para desenvolver terapias celulares e antienvelhecimento em humanos.

    Com a Shenzhou-19 acoplada ao módulo central Tianhe da estação espacial — como mostra a imagem captada em outubro de 2024 pelo Centro de Controle Aeroespacial de Pequim — a China reforça sua posição de liderança no uso da órbita terrestre como laboratório para o futuro da biologia.

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