247 - Em análise publicada nas redes sociais, o economista e professor da FGV/SP Paulo Gala traçou um panorama alarmante sobre os efeitos da escalada da guerra comercial lançada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O comentário foi feito após o anúncio, nesta terça-feira (4), de que o governo chinês aplicará tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos a partir de 10 de abril — uma resposta direta às tarifas de 30% anunciadas anteriormente por Trump. Segundo Gala, o cenário atual configura um “modo de guerra comercial”, com perdas generalizadas para a economia mundial.
“Estamos, portanto, em modo de guerra comercial”, escreveu. “O planeta inteiro está perdendo com essa guerra comercial — e o Brasil, como parte desse todo, também sofre”.
Reação imediata dos mercados - As bolsas globais já haviam recuado de forma significativa com o anúncio das tarifas por parte dos EUA. Agora, com a retaliação chinesa, os mercados continuam derretendo. De acordo com Paulo Gala, os principais índices acionários despencaram entre 3% e 5% no pregão anterior, e a Nasdaq apontava para nova queda de 3% a 4% na manhã desta terça.
Um dos principais símbolos da reação do mercado foi o desempenho das chamadas “Magnificent Seven” — as sete gigantes de tecnologia dos Estados Unidos. Juntas, essas empresas perderam cerca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, configurando a maior perda diária da história para esse grupo.
“Isso ocorreu porque muitas dessas empresas dependem de componentes eletrônicos vindos da Ásia. Basta olhar para seu smartphone (Samsung, Apple etc.) para perceber que boa parte é produzida na China”, observou Gala.
Queda do petróleo e fuga para ativos seguros - O impacto também atingiu o mercado de energia. O petróleo recuou 6% no dia anterior e, antes da abertura dos mercados nesta manhã, já apontava nova queda de outros 6%.
A insegurança generalizada fez com que investidores buscassem refúgio em ativos considerados mais seguros. Um dos reflexos foi a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, que recuaram para 3,93%, desfazendo a alta acumulada desde a reeleição de Trump, quando haviam se aproximado de 5%.
Efeitos no Brasil e na América Latina - Apesar de ter sido menos atingido diretamente pelas tarifas — o Brasil sofreu sobretaxa de 10%, contra 20% da Europa e 30% da Ásia —, o país também está inserido na turbulência global.
Segundo Gala, o dólar chegou a cair 2% na véspera, impulsionado pela valorização do real, mas voltou a subir com a notícia da retaliação chinesa. O ETF EWZ, que representa o desempenho de ações brasileiras no exterior, registrava queda de 3% pela manhã, com empresas como Petrobras, Vale, CSN, Gerdau e grandes bancos entre os afetados.
“O Brasil, no relativo, se saiu melhor (...). Mesmo assim, o planeta inteiro está perdendo com essa guerra comercial”, avaliou o economista.
Perspectivas econômicas e política monetária - A tensão entre as duas maiores economias do mundo também está afetando projeções econômicas. Instituições financeiras norte-americanas já apontam uma probabilidade superior a 60% de recessão nos EUA.
Gala destacou ainda que, diante desse quadro, cresce a expectativa de cortes de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. “Com a perspectiva de desaceleração global, já há analistas prevendo corte da Selic em dezembro deste ano”, afirmou.
A política monetária brasileira, porém, dependerá fortemente do comportamento do câmbio. “Se o dólar cair para R$ 5,50 ou menos, a pressão por juros altos será muito menor. Se subir, o impacto na inflação será maior”, explicou.
Indicadores divergentes - Em meio à turbulência, alguns dados da economia americana vieram mais positivos do que o esperado. O relatório de empregos (payroll) indicou a criação de 228 mil vagas em março, acima da projeção de 140 mil. No entanto, a taxa de desemprego subiu levemente para 4,2%.
Já no Brasil, o IGP-DI de março apresentou deflação de 0,50%, revertendo a alta de 1,00% em fevereiro. A valorização do real foi um dos principais fatores, com destaque para a queda de 0,88% nos preços no atacado (IPA). Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 8,57%.

Redação Brasil 247

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Economia

“O planeta inteiro está perdendo com essa guerra comercial”, diz Paulo Gala

247 – Em sua participação no evento Margem Equatorial e Políticas Públicas, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, pela TV 247 e pelo site Agenda do Poder, o economista Paulo Gala defendeu que o Brasil aproveite a exploração de petróleo na nova fronteira energética do país como alavanca para um projeto nacional de reindustrialização e desenvolvimento regional. Para ele, a riqueza gerada não pode se limitar à exportação de matéria-prima, mas deve ser revertida em investimentos estruturais e sustentáveis, com foco especial na região Norte.
“A Guiana está chegando a 1 milhão de barris por dia. 1 milhão de barris por dia era o que o Brasil inteiro produzia nos anos 2000”, afirmou Gala, ao dimensionar o potencial da Margem Equatorial. Segundo ele, em cenários otimistas, a produção brasileira nessa nova fronteira pode alcançar esse mesmo nível, o que representaria o equivalente a cinco vezes o PIB do estado do Amapá.
Gala destacou que o volume financeiro envolvido é expressivo. “Se for 1 milhão de barris por dia, eu fiz a conta aqui rapidamente: estamos falando de pelo menos R$ 150 bilhões por ano”, explicou. Mas fez um alerta: “Não adianta simplesmente explorar esse petróleo e mandar embora do país. A gente corre o risco de que toda essa riqueza seja totalmente exportada no sentido de que nada fique com a Margem Equatorial.”
O desafio, segundo o economista, é usar esses recursos para gerar ganhos reais à população e ao tecido produtivo nacional.&nbsp;
<blockquote>“O desafio é usar o petróleo dentro, usar o gás dentro, fazer refino, fazer petroquímica, usar o máximo possível desses recursos no território brasileiro para gerar renda e sofisticação produtiva no Brasil.”</blockquote>
Ele também advertiu contra o risco de que os municípios da região Norte se limitem a ser bases operacionais do extrativismo. “A gente não pode se contentar com qualquer atividade econômica. Há um risco aqui dos municípios do Amapá virarem o quê? Bases para manutenção dessas plataformas”, afirmou, citando como exemplo uma economia limitada a hotéis, aeroportos e restaurantes. “A gente precisa de muito mais do que isso.”
Como proposta concreta, Gala sugeriu o uso dos royalties para financiar um centro de inovação voltado à floresta.&nbsp;
<blockquote>“O meu sonho de consumo, se perguntasse, era o quê? Usar os royalties para financiar um centro de pesquisa de floresta no Amapá, para tirar a inteligência da floresta, desenvolver a bioeconomia, biocosméticos, coisas do tipo.”</blockquote>
Não ao modelo extrativista
Ele comparou o cenário com o que ocorre na Guiana e no Suriname, advertindo sobre a repetição de modelos extrativistas que não deixam legado. “Um pouco do modelo que está sendo feito na Guiana e no Suriname: os estrangeiros vão lá, extraem o petróleo, pagam algum royalty — dependendo da força do governo doméstico — e 100% dos recursos vai embora. Gera desenvolvimento onde? Na Noruega, no Reino Unido, nos Estados Unidos.”
Gala concluiu que o Brasil tem uma oportunidade rara de reverter essa lógica histórica. “O nosso desafio é como transformar isso em investimento perene. Investimento que fique na estrutura produtiva, com empresas, centros de pesquisa, universidades. Criar de fato um polo produtivo que se sustente por conta própria.”
E encerrou com um alerta: “Temos uma oportunidade histórica aqui, uma janela que precisa ser muito bem utilizada. Se não fizermos isso, daqui a 15, 20 anos, a gente vai fazer um seminário dizendo: ‘Puxa vida, o Amapá está igual, acabaram as reservas e nada aconteceu’.” Assista:
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Margem Equatorial

Paulo Gala: “A Guiana já produz em petróleo o que o Brasil produzia nos anos 2000”

247 - Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), o economista Paulo Gala afirmou nesta terça-feira (4) ser “improvável que sanções do Ocidente contra membros dos Brics funcionem”. De acordo com o estudioso, “os BRICS agora são 32,1% do PIB global contra os 29,9% do G7”. 
“A economia do leste da Ásia com China+Índia+Coreia do Sul+Taiwan+Japão formam o bloco econômico mais importante do mundo. Maior que EUA ou Zona do Euro", escreve Gala na rede social X. "Os russos estão inundando a Ásia com petróleo. Os chineses estão inundando os russos com produtos industrializados, utilizando intermediários. A China responde sozinha por 1/3 do crescimento mundial”, acrescentou. 
O estudioso publicou a análise em um contexto no qual o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou duplicar a tarifa sobre produtos chineses (de 10% para 20%). A China anunciou que retaliará com taxas adicionais entre 10% e 15% sobre produtos agrícolas norte-americanos, incluindo carnes, frutas, vegetais, soja e milho, a partir de 10 de março. Em janeiro, Trump já havia ameaçado impor tarifas de 100% aos países do Brics caso adotem uma alternativa ao dólar.
O Brics tem 11 membros - África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia, Índia, Irã, Indonésia e Rússia.
<h2>Brasil e Índia</h2>
O economista destacou também que “ícones do Ocidente estão indo para as mãos de asiáticos”. “A indiana Tata Motors comprou a Jaguar (Reino Unido) e a Land Rover (Reino Unido). A chinesa Geely comprou a Volvo (Suécia). A vietnamita Vinfast abriu capital na Bolsa de NY e já vale mais que a GM (EUA)”, complementou. 
Em sua análise, o estudioso comentou sobre outro país asiático. “ Preste atenção na Índia. 2023 é o ano em que a Índia tornou-se a maior população do mundo. Os indianos são os usuários nº 1 do Facebook, Instagram, YouTube e WhatsApp. Em 2021, a Índia exportou mais em software (US$ 133bi) do que a Arábia Saudita em petróleo (US$113bi)”.
Em outro tópico de sua avaliação, Gala mencionou as exportações brasileiras. “É provável que você tenha crescido em uma época em que os EUA eram o nosso grande parceiro comercial. Hoje em dia essa parceria só dá prejuízo. O comércio favorável é com a China”.
<h2>Canadá e México</h2>
Além de querer impor tarifas sobre a China e sobre os países do Brics, Donald Trump justificou a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México. O chefe da Casa Branca alega que os países vizinhos permitiram a entrada descontrolada de imigrantes e drogas nos Estados Unidos, com ênfase no fentanil. 
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que o seu país responderá ao governo trumpista com tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, condenou a iniciativa do presidente norte-americano e disse que seu governo responderá com medidas tarifárias e não tarifárias.
<h2>Veja agora a análise de Paulo Gala: </h2>
1. Missões à Lua
Os indianos pousaram na Lua.
Os BRICS estão quase igualando o número de missões à Lua dos EUA.
2. PIB
Os BRICS agora são 32,1% do PIB global contra os 29,9% do G7.
E essa diferença segue crescendo…
Então, por que ainda somos obrigados fazer comércio em dólar?
3. Geopolítica
Em 2024 os BRICS ganharam mais 5 países:
•Emirados Árabes Unidos
•Arábia Saudita
•Etiópia
•Egito
•Irã
O novo mapa dos BRICS indica poder político crescente.
Quem pode calar essa voz?
obs: Argentina não entrou.
4. Preste atenção na Índia
2023 é o ano em que a Índia tornou-se a maior população do mundo.
Os indianos são os usuários nº 1 do Facebook, Instagram, YouTube e WhatsApp.
Em 2021, a Índia exportou mais em software (US$ 133bi) do que a Arábia Saudita em petróleo (US$113bi)
5. Não ignore o apetite chinês:
A Austrália é o maio produtor de lítio. 
Componente chave para baterias eletrônicas para carros
Em 2022 a China comprou 97% de todo o lítio australiano.
Os chineses respondem por 57% dos registros de carros elétricos do planeta.
6. Petróleo
99% das pessoas nas ruas do Ocidente não conhecem a Saudi Aramco.
Agora ela faz parte dos BRICS
7. Sanções
É improvável que sanções do Ocidente contra membros dos BRICS funcionem.
Os russos estão inundando a Ásia com petróleo.
Os chineses estão inundando os russos com produtos industrializados, utilizando intermediários.
8. Exportações brasileiras
É provável que você tenha crescido em uma época em que os EUA eram o nosso grande parceiro comercial.
Hoje em dia essa parceria só dá prejuízo.
O comércio favorável é com a China.
9. Hello G7!
Entre as 10 maiores economias do mundo…
3 são países dos BRICS
10. Supercomputadores
Os chineses estão à frente na distribuição entre países com supercomputadores.
11. Carros
Ícones do Ocidente estão indo para as mãos de asiáticos:
•A indiana Tata Motors comprou a Jaguar e a Land Rover
•A chinesa Geely comprou a Volvo
•A vietnamita Vinfast abriu capital na Bolsa de NY e já vale mais que a GM.
12. EUA superados
A economia do leste da Ásia com China+Índia+Coreia do Sul+Taiwan+Japão formam o bloco econômico mais importante do mundo.
Maior que EUA ou Zona do Euro
70% do crescimento do mundo esse ano vem da Ásia.
A china responde sozinha por 1/3 do crescimento mundial
13. Novos membros
Além dos 5 novos membros já admitidos, há outros 18 que indicaram formalmente seu interesse em entrar no grupo dos BRICS.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">1. Missões à Lua Os indianos pousaram na Lua. Os BRICS estão quase igualando o número de missões à Lua dos EUA. <a href="https://t.co/BgVJvHDVP1">pic.twitter.com/BgVJvHDVP1</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932758057898356?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">3. Geopolítica Em 2024 os BRICS ganharam mais 5 países: •Emirados Árabes Unidos •Arábia Saudita •Etiópia •Egito •Irã O novo mapa dos BRICS indica poder político crescente. Quem pode calar essa voz? obs: Argentina não entrou. <a href="https://t.co/N77WZgtafN">pic.twitter.com/N77WZgtafN</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932814328672311?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">5. Não ignore o apetite chinês: A Austrália é o maio produtor de lítio. Componente chave para baterias eletrônicas para carros Em 2022 a China comprou 97% de todo o lítio australiano. Os chineses respondem por 57% dos registros de carros elétricos do planeta. <a href="https://t.co/CWC1JFjCze">pic.twitter.com/CWC1JFjCze</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932827460940121?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">7. Sanções É improvável que sanções do Ocidente contra membros dos BRICS funcionem. Os russos estão inundando a Ásia com petróleo. Os chineses estão inundando os russos com produtos industrializados, utilizando intermediários. <a href="https://t.co/xNVms79vly">pic.twitter.com/xNVms79vly</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932840278819285?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">9. Hello G7! Entre as 10 maiores economias do mundo… 3 são países dos BRICS <a href="https://t.co/AxujdeMMj9">pic.twitter.com/AxujdeMMj9</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932853985824986?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">11. Carros Ícones do Ocidente estão indo para as mãos de asiáticos: •A indiana Tata Motors comprou a Jaguar e a Land Rover •A chinesa Geely comprou a Volvo •A vietnamita Vinfast abriu capital na Bolsa de NY e já vale mais que a GM. <a href="https://t.co/9uLkR51rZS">pic.twitter.com/9uLkR51rZS</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932866967167448?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">13. Novos membros Além dos 5 novos membros já admitidos, há outros 18 que indicaram formalmente seu interesse em entrar no grupo dos BRICS. <a href="https://t.co/B5TeKLRvty">pic.twitter.com/B5TeKLRvty</a>— Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1896932883098378726?ref_src=twsrc%5Etfw">March 4, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Leonardo Lucena

Paulo Gala não acredita que sanções contra o Brics funcionem e cita 'o maior bloco econômico do mundo'

247 – O economista Paulo Gala criticou a política protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comentar sobre as tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano. Em publicação no X (antigo Twitter), Gala afirmou: "Essa obsessão de Trump com tarifas é uma piada. Não se recupera a hegemonia com taxas aleatórias. Isso soa como tentar esvaziar o oceano com um balde furado." Ele então listou 15 avanços tecnológicos da China nos últimos 30 dias que, segundo ele, estão moldando o cenário global para os próximos 30 anos.
Entre as inovações citadas pelo economista, destaca-se a inteligência artificial chinesa DeepSeek, que realiza funções semelhantes ao ChatGPT, mas com um custo até dez vezes menor. Esse avanço já impactou o mercado global, com empresas de tecnologia americanas perdendo um valor de mercado estimado em US$ 1 trilhão, sendo que apenas a Nvidia viu suas ações caírem US$ 600 bilhões.
Outro desenvolvimento expressivo é o avanço da China em satélites de comunicação a laser. A empresa Chang Guang Satellite Technology Co atingiu uma taxa recorde de transmissão de dados de 100 Gbps, superando a capacidade dos satélites Starlink, de Elon Musk. Segundo Gala, essa velocidade permite a transmissão de 100 filmes completos em poucos segundos, colocando a China na liderança desse setor estratégico.
A lista de Gala também menciona progressos chineses em áreas como supercomputação, semicondutores, tecnologia quântica e energia renovável. Esses avanços reforçam a posição da China como potência tecnológica global e expõem a fragilidade da abordagem protecionista dos Estados Unidos, que busca conter a ascensão chinesa por meio de barreiras tarifárias.
A postura do governo norte-americano tem sido questionada por economistas e especialistas em comércio internacional. O próprio Paulo Gala ironizou a estratégia ao afirmar que tentar barrar o crescimento da China por meio de tarifas é como "tentar esvaziar o oceano com um balde furado".
Enquanto Trump insiste em medidas protecionistas, a China continua a expandir sua influência tecnológica e econômica. Os recentes avanços evidenciam que o domínio global no século XXI não será definido apenas por políticas comerciais, mas pela capacidade de inovação e adaptação ao cenário digital e tecnológico em constante evolução.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Essa obsessão de Trump com tarifas é uma piada. Não se recupera a hegemonia com taxas aleatórias. Isso soa como tentar esvaziar o oceano com um balde furado. Aqui estão 15 progressos notáveis da China nos últimos 30 dias que estão moldando o mundo para os próximos 30 anos: <a href="https://t.co/djn8kbzI9h">pic.twitter.com/djn8kbzI9h</a>&mdash; Paulo Gala (@paulogala) <a href="https://twitter.com/paulogala/status/1889816985359310867?ref_src=twsrc%5Etfw">February 12, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Paulo Gala: China avança em alta tecnologia enquanto Trump insiste em tarifas protecionistas

247 - O economista Paulo Gala, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em desenvolvimento econômico, afirmou que “o Brasil é um país rico habitado por pobres” durante entrevista ao programa Reconversa. Na conversa, Gala analisou as causas da desigualdade estrutural do país, defendendo a necessidade de um Estado mais atuante na reindustrialização e no incentivo à inovação tecnológica.
“O Brasil tem recursos naturais abundantes, uma economia grande e diversificada, mas a riqueza não chega à maior parte da população. Isso é resultado de um modelo econômico que privilegia setores rentistas e deixa a indústria nacional fragilizada”, explicou.
<h3>A armadilha da desindustrialização</h3>
Para Gala, o Brasil perdeu competitividade industrial ao longo das últimas décadas, o que aprofundou a desigualdade de renda e limitou o crescimento sustentável. Ele ressaltou que países que alcançaram o desenvolvimento, como Coreia do Sul e China, investiram fortemente na industrialização e na tecnologia, enquanto o Brasil, desde os anos 1990, optou por um caminho que enfraqueceu sua base produtiva.
“A desindustrialização precoce que o Brasil sofreu faz com que o país dependa cada vez mais da exportação de commodities. Isso gera empregos de baixa qualidade e impede a formação de um setor produtivo forte, que é fundamental para distribuir renda e gerar inovação”, destacou.
<h3>Papel do Estado e o futuro econômico do país</h3>
Segundo Gala, o Estado precisa assumir um papel mais ativo na condução da economia, promovendo políticas industriais que estimulem a produção nacional e a sofisticação tecnológica. Ele criticou a visão de que o mercado, por si só, resolveria os desafios do país.
“O livre mercado sem coordenação estatal só favorece a concentração de renda e o subdesenvolvimento. Os países que deram certo são os que investiram em tecnologia, infraestrutura e educação com forte apoio estatal”, argumentou.
Por fim, o economista ressaltou que o Brasil tem potencial para se tornar uma potência industrial e tecnológica, mas precisa romper com o modelo atual, que perpetua a dependência de produtos primários e amplia a desigualdade. “Se quisermos um país desenvolvido de verdade, precisamos olhar para a indústria como a base do progresso econômico e social”, concluiu. Assista:&nbsp;
<div class="embed-block"><div><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><iframe src="//cdn.iframe.ly/api/iframe?url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DWw-u66brs2Q&key=87ca3314a9fa775b5c3a7726100694b0" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute; border: 0;" allowfullscreen scrolling="no" allow="accelerometer *; clipboard-write *; encrypted-media *; gyroscope *; picture-in-picture *; web-share *;"></iframe></div></div></div>
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Dafne Ashton

Entrevistas

“O Brasil é um país rico habitado por pobres”, diz Paulo Gala sobre desigualdade e industrialização

247 – Neste domingo, o economista Paulo Gala, em entrevista ao Bom Dia 247, afirmou que "a China é o maior fenômeno de desenvolvimento da história da Humanidade". Gala destacou que o país asiático transformou sua realidade econômica em um tempo recorde, praticamente erradicando a pobreza e alcançando uma classe média que é hoje o dobro da brasileira. "A China é a segunda maior economia do mundo em dólares correntes e já é a maior em paridade de poder de compra", explicou.
Gala também ressaltou que a China disputa a fronteira tecnológica com os Estados Unidos, tornando-se um protagonista central no cenário global. "No século 21, falaremos cada vez mais sobre a China. É o tema central na eleição americana, tanto no programa de Kamala Harris como de Donald Trump", afirmou, destacando que a ascensão chinesa se tornou um ponto chave até na política interna dos EUA.
O economista também refletiu sobre o papel do Brasil no cenário internacional, afirmando que "o Brasil é grande o suficiente para não se alinhar a ninguém, nem à China, nem aos Estados Unidos". Para ele, o modelo chinês pode ensinar lições valiosas ao Brasil sobre desenvolvimento econômico, sem que o país precise abrir mão de sua autonomia.
Ao definir o modelo econômico chinês, Gala usou a expressão "socialismo orientado ao mercado". Ele explicou que na China, 90% do sistema financeiro é público, voltado para atender os objetivos de desenvolvimento do país, ao contrário de sistemas financeiros privados que focam em maximizar lucros. "O sistema financeiro está a serviço do desenvolvimento chinês", disse, ressaltando que, embora existam muitas empresas estatais, também há grande presença de empresas privadas, caracterizando o sistema como híbrido.
O curso "O milagre econômico da China"
As declarações de Paulo Gala vêm no momento em que a Academia 247 anuncia o lançamento de seu primeiro curso, intitulado <a href="https://www.youtube.com/watch?v=vztY18N6mCA&amp;list=PL9AEHeaYiogKXrBcd2va26Znd3uAt5fwF&amp;index=2">"O milagre econômico da China"</a>. Ministrado pelos professores Paulo Gala e Elias Jabbour, o curso oferece uma análise detalhada do processo de transformação econômica do país asiático, e como essa experiência pode inspirar o Brasil a seguir um caminho de crescimento sustentável.
Com mais de mil alunos já inscritos, o curso tem sido um sucesso por sua abordagem clara e acessível. Mesmo aqueles sem formação prévia em economia conseguem acompanhar as 43 aulas que destrincham os fatores por trás do "milagre econômico" chinês. A parceria com a TV 247 tornou possível que o curso seja oferecido diretamente pelo YouTube, ampliando ainda mais seu alcance.
Os participantes terão acesso a um vasto material de apoio e poderão interagir em uma comunidade de aprendizado que enriquece o conteúdo das aulas. Gala, um dos principais especialistas em inovação e desenvolvimento industrial do Brasil, enfatizou: "A China tem muito a ensinar ao Brasil em termos de desenvolvimento econômico".
Para quem deseja entender melhor o fenômeno chinês e refletir sobre o futuro do Brasil, o curso "O milagre econômico da China" é uma oportunidade imperdível. Inscreva-se agora e faça parte dessa comunidade de aprendizado sobre um dos maiores fenômenos econômicos da atualidade. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=vztY18N6mCA&amp;list=PL9AEHeaYiogKXrBcd2va26Znd3uAt5fwF&amp;index=2">Inscreva-se agora no curso!</a> Assista sua entrevista ao Bom Dia 247:
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"A China é o maior fenômeno de desenvolvimento da história da Humanidade", diz Paulo Gala

<a href="https://x.com/paulogala/status/1808149749742117175?s=43&amp;t=kYp223_essSpOcMYouVp1A">Por Paulo Gala, no X –</a> Começamos o semestre, a semana, o mês, o trimestre e o semestre em um momento bastante difícil para os ativos financeiros brasileiros e de emergentes. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos tiveram um semestre exuberante nas bolsas, com o Nasdaq subindo mais de 18%, o S&amp;P 500 subindo 14% e o Dow Jones, que representa a velha economia, subindo quase 4%. No entanto, a Bovespa está na contramão, caindo 7,6% no ano, apesar de um mês de junho um pouco melhor, com alta de 1,4%.
A Bovespa subiu 2% na semana, enquanto o real se desvalorizou 15% no ano, sendo uma das piores moedas, perdendo apenas para o iene japonês. Outras moedas emergentes, como o peso mexicano, o peso colombiano, o peso chileno e a lira turca, também estão se desvalorizando.&nbsp;
Apesar do bom momento da economia brasileira, com crescimento de 2,5%, desemprego em 7,1%, inflação convergindo e reservas elevadas, o mercado está muito preocupado com a trajetória futura do arcabouço fiscal, como o governo fechará as contas e quem será o próximo presidente do Banco Central.
O mercado está comprando dólares e enviando recursos para fora do Brasil, o que começa a ter consequências concretas, como o aumento da inflação e a possibilidade de o Banco Central não cortar mais os juros. Hoje, a curva de juros já projeta um aumento de quase 1% na taxa Selic até o final do ano.&nbsp;
Existe uma crise de confiança, um ataque especulativo, no sentido de que há uma expectativa muito negativa, resultando em estratégias de defesa dos portfólios.&nbsp;
O governo deveria apresentar um plano crível de como o arcabouço fiscal será sustentável e, eventualmente, o Banco Central poderia intervir. Apenas a intervenção do Banco Central, sem um anúncio de medidas fiscais mais críveis, poderia ser um gasto desnecessário de reservas. Seria ideal uma ação combinada do Tesouro e do Banco Central para mostrar que o arcabouço é viável.

Economia brasileira vai bem, mas sofre ataque especulativo, diz Paulo Gala

247 – O economista Paulo Gala, do Banco Master, destacou em uma recente entrevista ao programa Reconversa, conduzido pelo jurista Walfrido Warde e pelo jornalista Reinaldo Azevedo, que a economia do Brasil está seguindo o caminho certo. Segundo ele, os indicadores econômicos apontam para uma recuperação sólida e sustentável, que pode levar o país a recuperar o "grau de investimento" durante o governo do presidente Lula.
Gala, que possui uma extensa carreira de 30 anos na economia, sendo professor e pesquisador na Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de atuar no mercado financeiro, enfatizou sua perspectiva otimista baseada em dados concretos. "Os indicadores econômicos brasileiros estão melhores do que nos últimos dez anos. Temos o desemprego na mínima, inflação controlada e um crescimento robusto", afirmou.
Durante a entrevista, o economista também abordou a importância de olhar para os números e evitar julgamentos ideológicos. "O mercado financeiro é cruel com quem se deixa levar por ideologias. Se você aposta no colapso e ele não vem, você perde dinheiro", explicou Gala, referindo-se ao otimismo realista que deve nortear as decisões de investidores e gestores.
Ele destacou que, mesmo com algumas instabilidades políticas, as agências de classificação de risco têm mostrado confiança na economia brasileira. "A Moody's, a S&amp;P e a Fitch melhoraram suas perspectivas para o Brasil. Estamos a dois degraus do grau de investimento", disse. Gala acredita que a obtenção desse grau será um marco que confirmará a solidez econômica do país, especialmente se as tendências atuais de crescimento e estabilidade forem mantidas.
Gala também comentou sobre a crítica situação política, que ainda é um fator de incerteza, mas ressaltou que os fundamentos econômicos são sólidos. "As reservas cambiais estão em US$ 350 bilhões e temos um superávit comercial de US$ 100 bilhões, colocando-nos entre os cinco maiores do mundo", enumerou.
O economista, que também se dedica ao estudo das razões pelas quais alguns países são ricos e outros pobres, vê o Brasil em uma trajetória de melhora significativa. "Estamos longe de resolver todas as questões de desigualdade e pobreza, mas do ponto de vista econômico, o Brasil está em um dos melhores momentos da última década", concluiu. Assista:
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