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    Direita chilena vence governo de Boric em votação regional

    Presidente chileno tem sofrido com o baixo desempenho nas pesquisas

    (Foto: Reuters)

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    Por Natalia A. Ramos Miranda e Fabian Cambero

    SANTIAGO (Reuters) - A direita moderada do Chile conquistou vitórias nas eleições regionais no domingo, enquanto a coalizão do presidente Gabriel Boric evitou uma derrota esmagadora, sinalizando um retorno a uma política menos polarizada na antessala da eleição presidencial de 2025.

    "Essas eleições têm um lado agridoce para todos os setores. Não há ninguém que possa reivindicar vitórias esmagadoras no quadro geral", disse Boric em um discurso na noite de domingo.

    Para analistas, o resultado menos divisivo foi um bom sinal para o mercado.

    "Uma distribuição de votos semelhante à de antes da agitação social (em 2019) seria recompensada pelos investidores locais e internacionais no mercado de ações e na taxa de câmbio", disse o economista-chefe do Scotiabank Chile, Jorge Selaive.

    O Chile foi dividido por extremos políticos após protestos generalizados contra a desigualdade em 2019 resultarem na ascensão do esquerdista Boric ao poder e na eleição de um comitê predominantemente de esquerda e independente para redigir uma nova constituição.

    Eleitores rejeitaram amplamente essa proposta constitucional e, em seguida, também disseram não à proposta de um comitê eleito de extrema-direita.

    Os resultados de domingo mostram um aumento do número de prefeitos para o Chile Vamos, de centro-direita, impulsionando Evelyn Matthei, prefeita que está deixando o cargo e candidata à presidência.

    "A corrida presidencial começa agora e ela será obviamente a figura principal", disse o analista político Kenneth Bunker.

    Boric tem sofrido com o baixo desempenho nas pesquisas e o governo enfrenta um escândalo contínuo após o chefe de suas forças de segurança deixar o cargo em meio a investigação de agressão sexual, mas não sofreu a derrota eleitoral esmagadora prevista por alguns analistas.

    A reeleição consecutiva é proibida no país sul-americano e a coalizão governamental ainda não apresentou candidato à presidência.

    Os republicanos de extrema-direita do Chile obtiveram alguns ganhos em nível municipal, o que Bunker considera como uma perda para o governo, mas para o analista da Universidade de Valparaíso, Guillermo Holzmann, o partido ficou aquém das expectativas.

    "Eles estavam convencidos de que iriam arrasar", disse Holzmann, devido à promessa de mais segurança, principal assunto para os eleitores.

    A maioria dos governadores não conseguiu vencer de primeira e enfrentará o segundo turno em 24 de novembro, que, segundo Holzmann, também "lançará luz" sobre a corrida eleitoral presidencial.

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