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Enquanto argentinos afundam na pobreza, Milei faz show de rock para dizer que 'é o leão'

Enquanto isso, um estudo da Universidade Católica Argentina (UCA) revelou que 18% da população vive na indigência e 55% são pobres

Javier Milei (Foto: Reuters/Ammar Awad)

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247 – O presidente Javier Milei transformou o lançamento de seu novo livro sobre teoria econômica em um show de rock, na noite de quarta-feira (22), no Luna Park, em Buenos Aires, segundo informa o Valor. Milei, que teve uma banda de rock na juventude, subiu ao palco com quase uma hora de atraso e foi aplaudido por um público de aproximadamente 6.000 pessoas. Durante o show, Milei cantou uma canção com frases como "eu sou o rei" e "sou o leão", simbolizando sua imagem pública e criticando a classe política tradicional.

No evento, Milei lançou seu livro "Capitalismo, Socialismo y la trampa neoclássica", publicado pela editora Planeta, com 376 páginas. O livro compila discursos do presidente e desenvolve críticas ao socialismo e ao Estado de bem-estar social, defendendo o liberalismo econômico e a inexistência de falhas de mercado, atribuindo os problemas econômicos à intervenção estatal.

Enquanto isso, um estudo da Universidade Católica Argentina (UCA) revelou que 18% da população vive na indigência, com mais da metade dos argentinos abaixo da linha da pobreza. Segundo a UCA, 55% da população não satisfaz suas necessidades básicas, e no primeiro trimestre de 2024, a indigência atingiu 18% das pessoas. Estes são os piores valores em mais de 20 anos, apenas comparáveis à crise econômica de 2001-2002.

O aumento da pobreza foi agravado pela política econômica de choque implementada pelo governo de Javier Milei e pela subsequente recessão. A desvalorização da moeda, que foi transmitida para os preços internos, impactou na qualidade de vida da população. "A desvalorização da moeda foi diretamente transmitida para os preços internos, impactando na qualidade de vida da população", disse Eduardo Donza, sociólogo e pesquisador do Observatório da Dívida Social da UCA, à Sputnik.

Segundo Donza, "o pico da pobreza foi alcançado em fevereiro, quando atingiu 58%. Felizmente, a desaceleração da inflação contribuiu para uma queda relativa, estabilizando em 55%, o que, de qualquer forma, é um valor muito preocupante".

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