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      Ex-primeira-dama do Peru pede asilo ao Brasil após ser condenada a 15 anos por lavagem de dinheiro

      Nadine Heredia se refugiou na embaixada brasileira em Lima após ser alvo de ordem de prisão por suposto recebimento de recursos ilícitos

      Nadine Heredia e Ollanta Humala, em foto de 2015 (Foto: Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala (2011–2016), pediu asilo político ao Brasil após ter sido condenada a 15 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. A informação foi confirmada nesta terça-feira (15) pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru, por meio de um comunicado oficial publicado nas redes sociais. A notícia é do jornal La República.

      De acordo com o informe da chancelaria peruana, Heredia entrou na sede da Embaixada do Brasil em Lima na manhã desta terça-feira. “O Ministério das Relações Exteriores informa à opinião pública que a Embaixada da República Federativa do Brasil no Peru comunicou que a senhora Nadine Heredia Alarcón ingressou nesta manhã na sede da embaixada”, diz a nota.

      Ainda segundo o governo peruano, Heredia formalizou o pedido de asilo diplomático com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, da qual Peru e Brasil são signatários. A chancelaria informou ainda que os dois países “se encontram em permanente comunicação sobre esta situação”.

      Heredia foi condenada a 15 anos de prisão pelo Terceiro Juizado Colegiado da Corte Superior Nacional, presidido pela juíza Nayko Coronado, por lavagem de ativos relacionados ao recebimento de doações ilegais em campanhas eleitorais do Partido Nacionalista nas eleições de 2006 e 2011. O ex-presidente Ollanta Humala recebeu a mesma sentença.

      Enquanto Humala compareceu à audiência, Nadine Heredia não esteve presente. Segundo informações da imprensa peruana, ela acompanharia a leitura da sentença de casa, no bairro de Surco, em Lima. Agentes da Polícia Nacional do Peru estiveram no local, mas se retiraram após não obterem resposta. Seu paradeiro era desconhecido até o anúncio de que havia buscado refúgio na embaixada brasileira.

      A sentença determina também que ambos sejam presos até 28 de julho de 2039, com abatimento do tempo já cumprido em prisão preventiva. Além disso, deverão pagar, juntos, o valor de 10 milhões de soles (cerca de R$ 13 milhões) como reparação civil ao Estado peruano.

      Humala será transferido para o presídio de Barbadillo, onde já cumprem pena os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001–2006) e Pedro Castillo (2021–2022). A sentença ainda pode ser apelada, e a leitura integral da decisão está marcada para o dia 29 de abril.

      Apesar da defesa alegar perseguição política, o promotor Germán Juárez declarou: “Hoje a Justiça está nos dando razão e está se demonstrando que não existe perseguição política”.

      A repercussão do caso foi ampla na imprensa internacional, enquanto no Peru a procuradora Silvana Carrión destacou a importância do julgamento. “Marca um precedente importante”, afirmou.

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