Humala denuncia lawfare após condenação no Peru: 'nos punem por governar para o povo'
Mais cedo, a Justiça do Peru condenou Humala a 15 anos de prisão em um processo decorrente da Lava Jato
247 - O ex-presidente peruano Ollanta Humala considerou, nesta terça-feira (15), em nota, "devastador" para a justiça peruana o fato de ter sido aprovada uma condenação por irregularidades em contribuições de campanha, mesmo quando, conforme o documento, o Ministério Público não conseguiu provar a entrada de dinheiro venezuelano ou brasileiro no Peru, com o objetivo de ser usado em suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011, respectivamente.
Mais cedo, a Justiça do Peru condenou Humala a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, depois que ele foi acusado de receber dinheiro não declarado de empresas brasileiras para suas campanhas políticas. A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, esposa de Humala, pediu asilo político ao Brasil após ter sido condenada no mesmo processo.
“É inacreditável uma decisão dessa natureza sem que ninguém tenha provado se o suposto dinheiro existiu, se foi entregue e, menos ainda, se houve um ato de conversão", disse Humala na nota.
Ele criticou o uso do judiciário peruano, país governado pela extrema direita, como arma política. “É uma arma do lawfare, te destroem até que você não possa mais lutar. Tentaram me quebrar por meio da minha família em inúmeras ocasiões. Querem nos obrigar a entrar em ostracismo político e terminar manchados porque ousamos fazer um dos melhores governos dos últimos 40 anos no Peru".
Humala também citou a anulação de processos da Lava Jato no Brasil após a revelação de irregularidades entre os chefes da operação. “No Brasil, os processos sobre a Lava Jato foram anulados porque se demonstrou que tanto os documentos apresentados pela empresa quanto os testemunhos dos executivos não eram confiáveis nem foram obtidos legalmente. Alguns executivos chegaram a declarar que prestaram depoimentos sob tortura psicológica, e aqui houve total desconsideração dessa situação, considerando essas informações válidas e com pleno valor probatório. Isso é um abuso de poder”, afirmou.
E ainda mencionou o presidente Lula como inspiração. “Há muito tempo, o presidente Lula, por quem tenho profundo respeito, disse que jamais imaginou que colocar um prato de comida na mesa de uma pessoa com fome poderia levá-lo à prisão. Essa frase ecoa na minha cabeça há muitos anos. Será que presidentes que quiseram e lutaram por seu povo devem ser condenados como se fossem delinquentes, com justificativas penais conduzidas da forma que vimos hoje?”.
“Como se pode pedir a um jovem que se arrisque a entrar na política se o risco de ser condenado por supostos crimes que NÃO existem no código processual penal pode fazê-lo perder a família, sofrer anos de perseguição judicial e passar anos na prisão por ter ousado tentar?”, lamentou.
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