EUA e Israel estão sempre juntos no genocídio dos palestinos
Mais uma vez, o imperialismo estadunidense impede o cessar-fogo incondicional em Gaza
Por José Reinaldo Carvalho - O veto dos Estados Unidos à proposta apresentada pela Guiana, com amplo respaldo no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que buscava interromper o genocídio e garantir ajuda humanitária, é a expressão de cumplicidade com os crimes perpetrados por Israel contra o povo palestino.
Ao bloquear uma resolução amplamente apoiada – com 14 votos favoráveis entre os 15 membros do Conselho – os Estados Unidos consolidam sua posição como facilitadores de ações que violam flagrantemente o direito internacional, o direito internacional humanitário e os direitos humanos. A justificativa apresentada, de que a proposta não vinculava o cessar-fogo à libertação de reféns, não se sustenta diante da gravidade da situação humanitária em Gaza. Essa argumentação coloca os interesses políticos exclusivistas e as alianças estratégicas dos EUA acima da proteção de vidas humanas.
O apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel, incluindo a obstrução de iniciativas que busquem a paz, é um testemunho de sua cumplicidade. Ao oferecer cobertura diplomática e apoio militar ao governo israelense, Washington legitima crimes de guerra.
A ONU, por sua vez, enfrenta um dilema existencial em sua permanente disfuncionalidade . Como pode a principal organização internacional dedicada à manutenção da paz permanecer refém dos interesses de um único Estado-membro? O direito de veto, exercido com tanta frequência pelos Estados Unidos em questões relacionadas a Israel, não apenas paralisa o Conselho de Segurança, mas também mina a credibilidade de toda a instituição. Enquanto essa dinâmica persistir, os apelos por justiça e direitos humanos continuarão a soar vazios.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou com razão a necessidade de acabar com o genocídio em Gaza. Sua posição reflete a urgência de uma ação global, mas enfrenta barreiras quase intransponíveis impostas pela superpotência imperialista norte-americana. Essa postura dos Estados Unidos não apenas perpetua a tragédia em Gaza, mas também envia uma mensagem perigosa ao mundo: a de que os interesses geopolíticos dessa potência têm primazia no mundo.
Os Estados Unidos devem ser responsabilizados por promoverem com Israel a ragédia que acomete o povo palestino sua parte no sofrimento do povo palestino. A história os julgará por sua conivência com atos que configuram genocídio. É hora de o mundo se posicionar contra essa aliança destrutiva e lutar por uma solução que respeite a dignidade e os direitos de todos os povos. Gaza clama por justiça, e a humanidade não pode ignorar.
Desde outubro de 2023, quase 44.000 vidas foram ceifadas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças. Essa devastação é parte de uma estratégia de ocupação que busca a limpeza étnica de toda a Palestina. Hospitais, escolas, centros de defesa civil e até abrigos humanitários se tornaram alvos das bombas israelenses, evidenciando uma brutalidade que ultrapassa todos os limites da decência humana e do direito internacional.
A fome e a sede são utilizadas como armas de guerra, com bloqueios que privam milhões de pessoas de alimentos, água potável e medicamentos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), ao emitir mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, reconheceu a gravidade desses crimes. Acusados de crimes contra a humanidade e de guerra, incluindo a privação sistemática de recursos básicos, ambos se tornaram símbolos de uma liderança que usa o poder militar para perpetuar atrocidades. A decisão do TPI é um passo essencial para a justiça, mas é insuficiente sem ações concretas da comunidade internacional.
O mundo não pode permanecer calado diante dessa barbárie. O silêncio e a inação de países poderosos, especialmente aqueles que financiam e armam o regime israelense, são cúmplices dessas atrocidades. A legitimidade das instituições internacionais está em jogo: condenações verbais não são suficientes; é preciso agir para interromper o massacre, garantir justiça aos responsáveis e assegurar a autodeterminação do povo palestino.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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