Os 36 anos da Constituição Cidadã e um alerta contra as ameaças à democracia nas eleições
'A defesa da democracia exige um voto consciente e corajoso. Não nos deixemos enganar pelos que querem nos arrastar ao autoritarismo', escreve Chico Vigilante
Em 5 de outubro de 1988, o Brasil celebrava um marco histórico: a promulgação da Constituição Federal. Após 21 anos de um regime militar opressor, finalmente era restaurada a esperança de um futuro democrático. Mais do que um simples documento jurídico, a nova Constituição, conhecida como Constituição Cidadã, simbolizou o anseio de milhões de brasileiros por justiça, igualdade e liberdade. Nas palavras de Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, aquele era um “momento de coragem” em que o país se afastava das trevas da ditadura.
“O ódio à ditadura, o ódio e o nojo à tirania”, como proclamou Guimarães, não era apenas uma denúncia do passado sombrio. Era, e ainda é, um grito de alerta para todos nós. A Constituição de 1988 não nasceu de forma fácil. Foi fruto de muita luta, suor, sangue e persistência de homens e mulheres que não se renderam ao autoritarismo. Cada artigo e parágrafo daquele documento foi escrito com o desejo de proteger a dignidade humana, garantir as liberdades civis e assegurar os direitos fundamentais dos cidadãos.
Hoje, 36 anos depois, essa mesma Constituição continua sendo o maior escudo contra os abusos de poder e as ameaças ao nosso Estado Democrático de Direito. E, neste domingo, 6 de outubro, o povo brasileiro terá novamente a chance de exercer um dos mais poderosos instrumentos que a democracia nos concede: o voto. O ato de votar é mais do que uma escolha de candidatos; é a reafirmação de nosso compromisso com os princípios que guiam a nossa nação.
No entanto, vivemos tempos desafiadores. O avanço da desinformação, o ódio disseminado nas redes sociais e as tentativas de minar a confiança nas instituições democráticas são sinais alarmantes. Aqueles que pregam o caos e a divisão se alimentam da ignorância e da manipulação, com o intuito de enfraquecer o que construímos com tanto esforço. Não podemos permitir que essas forças escuras triunfem.
A defesa da democracia exige, hoje mais do que nunca, um voto consciente e corajoso. Exige que reflitamos sobre o que está em jogo, sobre o legado que queremos deixar para as futuras gerações. A Constituição Cidadã nos deu os meios para construir uma sociedade justa e livre, mas cabe a nós, cidadãos, protegê-la. As conquistas democráticas não são permanentes; precisam ser renovadas, cuidadas e defendidas a cada dia.
Neste momento crucial, devemos nos lembrar das palavras de Ulysses Guimarães. A coragem, disse ele, é a matéria-prima da civilização. Sem ela, todas as outras virtudes sucumbem. Portanto, sejamos corajosos. Sejamos firmes. Não nos deixemos enganar pelos que querem nos arrastar de volta ao autoritarismo. O nosso futuro está nas nossas mãos, e a democracia é o caminho que nos leva à justiça e à liberdade.
Viva a democracia! Viva a luta incansável do povo brasileiro!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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