BNDES anuncia R$ 8,15 milhões para restaurar 485 hectares da Mata Atlântica

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, em parceria com a iNovaLand Investment Ltd, os sete projetos contemplados no edital Conectando Paisagens, parte da iniciativa Floresta Viva. A seleção destinará R$ 8,15 milhões para ações de restauração ecológica de 485 hectares da Mata Atlântica, com foco no sul da Bahia e no norte do Espírito Santo. O investimento visa fortalecer a biodiversidade, gerar emprego e renda para comunidades locais e contribuir para a recuperação ambiental da região.

O edital é conduzido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), organização da sociedade civil de interesse público responsável pela gestão operacional do Floresta Viva. O financiamento segue o modelo de matchfunding, no qual o BNDES e a iNovaLand aportam valores iguais, resultando em um montante total de R$ 8,15 milhões. O apoio se dará por meio do Fundo Socioambiental do BNDES.

Impacto ambiental e social dos projetos selecionados - Os sete projetos escolhidos combinam restauração ecológica e desenvolvimento produtivo sustentável. Entre as ações previstas estão a implementação de sistemas agroflorestais, o fortalecimento das cadeias produtivas associadas à restauração e a geração de emprego e renda para as populações locais. O objetivo é conciliar os benefícios ambientais da recuperação da vegetação com impactos sociais positivos, como segurança alimentar e desenvolvimento econômico regional.

Segundo Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, a restauração da Mata Atlântica trará ganhos ambientais significativos, incluindo a criação de corredores ecológicos que conectam fragmentos florestais, facilitando o fluxo de espécies e a preservação da biodiversidade. “Além disso, contribuem para a regulação do clima, a proteção dos recursos hídricos e o fortalecimento das comunidades locais, com a geração de empregos e a promoção de práticas sustentáveis”.

A iNovaLand, que apoia projetos de regeneração florestal, fornecerá assistência técnica integral aos projetos por meio do Fundo Ambiental Sul Baiano (Fasb). O diretor da iNovaLand Brasil, Márcio Braga, enfatizou que o edital garante a estruturação dos desenvolvedores e fortalece a cadeia da restauração florestal. "O edital do Floresta Viva Conectando Paisagens, através da parceria da iNovaland com o BNDES, utilizou o modelo Fasb aliado à experiência do Funbio para aprovar projetos na região da Hileia Baiana desenvolvidos por instituições regionais. Esses projetos, além de promoverem um impacto socioambiental regional, garantem uma estruturação dos desenvolvedores, que consequentemente, garante o fortalecimento da cadeia da restauração florestal”, afirmou.

Manoel Serrão, superintendente de Programas do Funbio, reforçou a importância da iniciativa para conectar fragmentos da Mata Atlântica no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. “Conectar financiadores e projetos é a missão do Funbio. Estamos honrados em fazer a gestão financeira de mais esse edital e acreditamos que os sete projetos selecionados serão fundamentais para fazerem a conexão dos fragmentos de Mata Atlântica no extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo.  A parceria estabelecida pelo BNDES, iNovaland e Funbio, no Floresta Viva viabilizando a criação desse corredor ecológico trará inúmeros benefícios ambientais, sociais e econômicos em total sintonia com a missão do Funbio”, ressaltou.

Lista dos projetos selecionados - Os projetos contemplados pelo edital Conectando Paisagens são:

• Construindo Futuro com Sustentabilidade (Associação de Produtores Rurais do Assentamento Pedra Bonita – BA) - Restauração de 6,83 hectares (R$ 199.278,00)
• Semear Mata Atlântica (Instituto Marinho para o Equilíbrio Socioambiental – ES) - Restauração de 6 hectares (R$ 199.405,00)
• Colhendo para Semear (Sociedade Amigos por Itaúnas – ES) - Restauração de 7 hectares (R$ 200.000,00)
• Florestas Integradas: Corredor Etnoecológico Maturembá (Fundação José Silveira/Programa Arboretum – ES e BA) - Restauração de 70 hectares (R$ 2.077.579,18)
• Imamakã Tanara (Instituto Mãe Terra – BA) - Restauração de 64,5 hectares (R$ 1.819.675,76)
• Reconectando Florestas (Instituto Ciclos de Sustentabilidade e Cidadania – BA) - Restauração de 52,7 hectares (R$ 1.660.803,02)
• Reconectando Florestas: Imbirema Upâ Maturēbá (Grupo Ambiental Natureza Bela – BA) - Restauração de 278 hectares (R$ 1.998.462,00)

Os projetos entram agora na fase de implementação, com monitoramento contínuo para garantir o cumprimento dos objetivos. A expectativa é que a restauração da Mata Atlântica nessa região gere impactos ambientais duradouros e benefícios socioeconômicos para as comunidades envolvidas.

A importância da Mata Atlântica e os desafios da preservação - Terceiro maior bioma da América do Sul, a Mata Atlântica ocupa cerca de 13% do território brasileiro e se estende ao longo da faixa litorânea das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O bioma enfrenta ameaças devido ao histórico de desmatamento e fragmentação de sua vegetação. Atualmente, restam apenas 12,4% de sua cobertura original, distribuída em pequenos fragmentos isolados.

O sul da Bahia e o norte do Espírito Santo estão entre as áreas prioritárias para restauração, segundo um estudo da ONU que orienta esforços globais na Década de Restauração de Ecossistemas. A recuperação desses territórios é essencial para manter a biodiversidade e os serviços ambientais prestados pelo bioma.

Sobre os parceiros da iniciativa

• BNDES Fundo Socioambiental – Canaliza recursos não reembolsáveis para projetos que promovem benefícios sociais e ambientais, especialmente para comunidades de baixa renda.
• Funbio – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, organização privada sem fins lucrativos que há 28 anos apoia a conservação ambiental no Brasil, viabilizando mais de 500 projetos.
• iNovaLand – Empresa internacional especializada em restauração de florestas e paisagens degradadas, que atualmente gerencia um fundo de € 20 milhões para projetos na África Ocidental e América do Sul.

Com o início da execução dos projetos selecionados, a restauração da Mata Atlântica no sul da Bahia e norte do Espírito Santo avança, trazendo ganhos ambientais e sociais para a região.