'8 de janeiro foi o clímax da radicalização política, alimentada por fake news e ódio', diz Jorge Messias
Ministro da AGU afirma que o legado do 8 de janeiro deve ser uma sociedade mais vigilante e participativa, capaz de cultivar e proteger a democracia
247 - O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, publicou um artigo no jornal O Globo, nesta terça-feira (7), refletindo sobre o ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. O texto, intitulado "Oito de Janeiro de 2023 jamais pode ser esquecido", apresenta uma análise contundente do episódio, que o ministro descreve como um dos momentos mais sombrios da democracia brasileira.
Messias ressalta que os ataques não foram ações isoladas, mas sim o ápice de um processo de radicalização fomentado por notícias falsas, desinformação e discursos de ódio. Ele compara os eventos brasileiros à invasão do Capitólio nos Estados Unidos, em 2021, e propõe que o Brasil aprenda com esses episódios, lançando luz sobre os erros do passado para consolidar e fortalecer a democracia. "Não foram acontecimentos isolados, mas o que aconteceu no 8 de Janeiro de 2023 foi o clímax de eventos decorrentes do processo de radicalização política, alimentado pela disseminação de notícias falsas, desinformação e discursos de ódio, que se apresentaram como ameaças reais à nossa estabilidade democrática".
Democracia sob ataque e resiliência institucional - De acordo com Messias, os atos de 8 de janeiro não foram apenas tentativas de vandalismo, mas “uma tentativa violenta de tomar o poder”, em afronta direta ao Estado de Direito. Ele destaca que a sociedade brasileira, ao repudiar amplamente os atos golpistas, reafirmou seu compromisso com o regime democrático.
Pesquisas realizadas pelo Observatório da Democracia da AGU em parceria com o Ipespe reforçam a percepção de vulnerabilidade democrática: 59% dos brasileiros acreditam que o país esteve sob risco de golpe, e 69% consideram que fake news atrapalham e confundem eleitores.
Messias enaltece a resposta firme das instituições. Segundo ele, a identificação, o processamento e a responsabilização de centenas de envolvidos nos atos golpistas enviaram um recado claro contra rupturas antidemocráticas. "A democracia exige atenção constante, participação cidadã ativa e compromisso coletivo com os valores republicanos", afirma.
As lições do passado para o futuro democrático - O ministro propõe que os eventos do dia 8 de janeiro sejam continuamente lembrados, mas sob uma perspectiva pedagógica e de aperfeiçoamento. Para ele, a democracia, embora marcada por crises, é resiliente e encontra novos caminhos para justificar sua continuidade e aprofundamento.
Messias também defende que a consolidação da democracia passa pela garantia plena dos direitos fundamentais. "O princípio democrático deverá ter como referência a plena fruição dos direitos fundamentais, nas diversas gerações e dimensões, de modo que sejam uma realidade cotidiana, presente nas escolhas diárias de cada cidadão brasileiro".
O ministro conclui que o legado do 8 de janeiro deve ser uma sociedade mais vigilante e participativa, capaz de cultivar valores repu
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