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Após 'liberou geral' de Bolsonaro, CACs crescem como fonte de armas para o crime organizado

PCC e Comando Vermelho se beneficiam do acesso dos CACs a armas de fogo, que são utilizadas para tráfico de drogas, assaltos a bancos e outros crimes

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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247 - Um levantamento inédito do Instituto Sou da Paz, obtido pela CNN Brasil, revelou um preocupante aumento no uso de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) como uma rota para o acesso de armas e munições por organizações criminosas no Brasil. Desde 2016, o número de casos em que criminosos se beneficiaram do registro de CAC para adquirir armamento legalmente tem crescido, com um salto significativo entre 2022 e 2023. Esse período coincide com a flexibilização das regras de controle de armas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, "o levantamento aponta uma situação gravíssima de uma nova fonte de migração de armas legais para o mercado criminal. O crime organizado é um dos principais problemas do país e que acabou sendo beneficiado por mais essa fonte de acesso a armas". O estudo sugere que as mudanças na legislação, que incluíram a redução das barreiras entre CACs iniciantes e avançados e o aumento das cotas de compra de armas e munições, facilitaram o desvio de armamentos para o crime organizado.

Armas de alto calibre, como fuzis e pistolas 9mm, se tornaram mais acessíveis aos criminosos, e os casos de envolvimento de CACs com o crime organizado foram registrados em 19 das 27 Unidades da Federação. São Paulo lidera o ranking com nove ocorrências, seguido por Espírito Santo com sete casos e Rio Grande do Sul com seis.

O estudo também destaca o envolvimento de organizações criminosas como o PCC e o Comando Vermelho, além de outros grupos menores, que utilizam essas armas para uma variedade de atividades ilícitas, incluindo tráfico de drogas, assaltos a bancos e milícias.

Apesar das medidas adotadas pelo governo Lula (PT) em julho de 2023 para restringir o acesso a armas potentes, a aprovação iminente do Projeto de Decreto Legislativo 206/2024 na Câmara dos Deputados e no Senado pode reabrir brechas na legislação, facilitando ainda mais o desvio de armas para o crime organizado.

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