"Até o final do ano a gente vira o jogo", diz Lindbergh Farias após Datafolha
Além de uma importante recuperação no quesito popularidade, segunda etapa da pesquisa mostrou franco favoritismo de Lula para 2026
247 - Levantamento do Datafolha mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma reversão na curva de desgaste que vinha enfrentando desde o início do ano. O dado foi comemorado com entusiasmo pelo líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), que gravou vídeo com forte tom político e convocação à militância.
“Olha, hoje está difícil de esconder o sorriso, a cara de felicidade, com essa pesquisa Datafolha”, declarou o parlamentar. “Claro que você pode dizer, 'ó, pesquisa é pesquisa, mede o momento', mas ela indica uma tendência muito importante". Para Lindbergh, a pior fase foi enfrentada em fevereiro, quando uma conjunção de fatores — como alta do dólar, seca no Sul e uma onda de fake news envolvendo o Pix — provocou queda acentuada nos índices do governo. “A diferença entre avaliação negativa e positiva era de 17 pontos. Lula ganhou oito pontos agora. A diferença caiu para nove. Pode escrever o que eu estou dizendo: até o final do ano, a gente já virou o jogo”, afirmou.
Entre os motivos para o otimismo, o deputado citou a queda do desemprego ao menor nível desde 2012, o crescimento do PIB acima de 3% e o aumento da renda dos trabalhadores, que somou ganho real acumulado de 16% no primeiro ano e 5% no segundo. “Tiramos 24 milhões da miséria. Tem muita coisa acontecendo”, disse. Ele também exaltou o programa Farmácia Popular e outras ações sociais do governo. “Eu tenho convicção de que nós vamos eleger novamente Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República e livrar o Brasil dessa chaga do fascismo, da extrema direita".
Lindbergh também relembrou momentos anteriores de recuperação política de Lula, citando as eleições de 2006, pós-mensalão, e o retorno do petista ao Planalto em 2022 após a prisão injusta comandada por Sergio Moro. “O Lula foi lá e ganhou a eleição. [...] Essa é a característica do Lula: saber enfrentar, ter resiliência".
Aprovação de Lula volta a crescer - A pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 1º e 3 de abril com 3.054 entrevistados em 172 municípios, mostra que a aprovação do governo Lula subiu de 24% para 29%, revertendo parte do desgaste sofrido no início do ano. A reprovação, que havia atingido o pico de 41% em fevereiro, caiu para 38%. A avaliação regular se manteve estável em 32%.
Os maiores ganhos foram registrados entre a classe média e os eleitores com ensino superior. Na faixa dos que possuem nível superior, a aprovação disparou de 18% para 31%. Entre quem recebe de 2 a 5 salários mínimos, o índice subiu de 17% para 26%. O mesmo ocorreu com faixas de renda mais alta, entre 5 e 10 salários mínimos e acima de 10, que também chegaram a 31% de avaliação positiva.
O Nordeste manteve-se como principal reduto de apoio a Lula, com aprovação de 38%, e o Sudeste também apresentou avanço, com crescimento de 5 pontos, chegando a 25%. Entre as mulheres, grupo que havia registrado forte retração no apoio ao governo no início do ano, a avaliação positiva subiu de 24% para 30%.
Lula lidera todos os cenários para 2026 - A segunda parte da pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (5), apresenta um cenário eleitoral favorável ao presidente Lula para as eleições de 2026. Ele lidera com 35% das intenções de voto no primeiro turno, contra 15% de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e 11% de Ciro Gomes (PDT) e Pablo Marçal (PRTB). Mesmo em uma simulação com Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, Lula aparece com 36% contra 30% do ex-presidente.
O presidente lidera com ampla margem no Nordeste (50%) e mantém vantagem em quase todas as faixas etárias, níveis de renda e escolaridade. Apenas entre os que reprovam seu governo, seu apoio é mínimo — 2% —, com Tarcísio concentrando 29% desse eleitorado.
A pesquisa também revela o impasse na sucessão de Bolsonaro. Seu núcleo avalia lançar Michelle Bolsonaro ou Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas nenhum deles atinge o patamar de Lula em simulações diretas. Contra Michelle, Lula marca 35%, e ela, 15%. Contra Eduardo, a diferença é de 24 pontos percentuais.
Além disso, a fragmentação no campo bolsonarista é evidente: em um cenário sem Bolsonaro, Tarcísio atrai 40% dos bolsonaristas; se apenas Eduardo disputa, tem 30% desse grupo; Michelle, 41%. A falta de consenso interno enfraquece a direita, que ainda não encontrou um nome viável para enfrentar Lula em 2026.
Rejeição alta e desinteresse do eleitor dificultam projeções - Mesmo com a liderança, Lula enfrenta uma rejeição de 42%, contra 44% de Bolsonaro. Outros nomes ligados à direita apresentam índices mais baixos: Tarcísio tem 13% de rejeição, Michelle 27% e Eduardo 26%. Ainda assim, o Datafolha identificou baixo interesse na sucessão presidencial. Na pesquisa espontânea, 52% dos entrevistados não souberam dizer em quem votariam, o que indica que a disputa ainda está distante do radar da maioria dos brasileiros.
O cenário, no entanto, favorece Lula — e reforça o prognóstico de Lindbergh Farias. Para ele, com as entregas do governo ganhando visibilidade e o trabalho de comunicação se intensificando, a virada é apenas uma questão de tempo: “nós vamos asfaltar o caminho para reeleger Lula em 2026 e dar tranquilidade a uma nova transição democrática”.
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