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    Bolsonaristas estão divididos sobre conduta a adotar diante do julgamento no STF

    A denúncia deverá ser aceita por unanimidade no Supremo

    Jair Bolsonaro - 06/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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    247 - A defesa de Jair Bolsonaro e seu entorno político estão divididos sobre a conduta a adotar diante do julgamento pelo STF da admissão da denúncia da PGR contra o ex-presidente e outros sete membros do núcleo central da intentona golpista que levaria a uma ruptura institucional para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vitorioso nas eleições presidenciais de 2022. A expectativa no Supremo é que a denúncia seja recebida por unanimidade na turma, composta pelo ministro-relator, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

    A decisão do ex-presidente de participar de uma entrevista na noite desta segunda-feira (24), em São Paulo, para um podcast com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi alvo de críticas por parte das pessoas próximas ao ex-presidente, aponta reportagem da Folha de S.Paulo. Segundo interlocutores, Bolsonaro deveria se concentrar em sua preparação para o julgamento, em vez de dividir o foco com uma agenda de exposição pública que, segundo eles, favoreceria mais a imagem de Tarcísio do que a do próprio Bolsonaro. Os desdobramentos do julgamento devem influenciar diretamente o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados. Além da condenação a uma severa pena de prisão, Bolsonaro poderá permanecer inelegível e fora da disputa eleitoral de 2026. 

    Entre os acusados, além de Bolsonaro, estão o deputado federal e ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto. De acordo com a PGR, esses nomes compõem o núcleo estratégico que teria planejado e coordenado como ações para deslegitimar o processo eleitoral e impedir a posse do presidente eleito.

    O ex-presidente deverá acompanhar o julgamento na casa do deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição no Congresso. No entanto, essa agenda não é consenso entre os principais auxiliares de Bolsonaro e sua equipe jurídica, que passaram a manhã em reuniões por telefone cogitando ajustes na estratégia de defesa.

    O julgamento terá início na tarde de terça-feira (25) e deverá se estender até a manhã de quarta-feira (26). A avaliação entre ministros do STF é que as provas apresentadas pela PGR são robustas e podem garantir a acessibilidade da rejeição por unanimidade. Caso isso ocorra, Bolsonaro e os demais acusados ​​se tornarão réus em um processo que pode levar a prejuízos severos, incluindo inelegibilidade e penas de prisão, dependendo dos desdobramentos processuais.

    A posição pública de Bolsonaro perante o processo também tem sido alvo de análises nos bastidores políticos. Aliados mais próximos sugerem que o ex-presidente adote um tom moderado e conciliador, evitando ataques diretos ao STF e aos ministros envolvidos no julgamento. Essa orientação visa reduzir o impacto negativo que uma postura agressiva poderia ter sobre a opinião pública e sobre o distribuidor do processo.

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