Bolsonaro considera possibilidade real de prisão e traça estratégia para indulto
Mesmo se conseguir colocar um aliado na Presidência da República, seu indulto precisaria de aprovação do Judiciário
247 - A possível condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura a tentativa de golpe, tem levado o ex-presidente e seus aliados a reavaliar estratégias políticas. Conforme apurou Bela Megale, do jornal O Globo, Bolsonaro, antes cogitado como alguém que poderia tentar uma fuga para evitar a prisão, agora trabalha com uma abordagem diferente: transformar uma eventual detenção em trunfo eleitoral.
Internamente, Bolsonaro tem compartilhado a avaliação de que sua relevância como cabo eleitoral seria amplificada caso estivesse atrás das grades durante a corrida presidencial de 2026. Embora sua prisão não seja o cenário desejado, o ex-presidente já discute, com um seleto grupo de aliados, as possibilidades de composição de uma chapa que o represente nas urnas. Entre os nomes cogitados estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Indulto presidencial: estratégia controversa - Bolsonaro também começou a articular como um possível indulto presidencial poderia ser utilizado em seu favor. Esse benefício, previsto na Constituição, é uma prerrogativa do presidente da República, mas sua concessão exige a validação do Poder Judiciário. Um eventual indulto concedido ao ex-presidente enfrentaria alta judicialização, com questionamentos sobre sua validade e conformidade com os requisitos legais.
O indulto não é automático. Para que seja efetivado, é necessário que a defesa do beneficiário apresente uma petição ao Judiciário, que analisará o caso. A perspectiva de que Bolsonaro poderia ser perdoado por um presidente aliado em 2026 tem influenciado os debates internos do grupo bolsonarista, fortalecendo a possibilidade de o ex-presidente apoiar um "pupilo" no Palácio do Planalto.
Apesar das articulações nos bastidores, Bolsonaro mantém o discurso público de que será o candidato natural da direita nas eleições de 2026, reforçando a ideia de que não há outro nome com sua força política no espectro conservador. Essa narrativa tem como objetivo preservar sua liderança no campo político e evitar divisões internas que possam enfraquecer seu grupo.
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