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    Bolsonaro depõe à CGU como testemunha em investigação sobre atuação de Silvinei Vasques na PRF

    Bolsonaro presta depoimento oral em defesa do ex-diretor da PRF, investigado por conduta irregular nas eleições de 2022 e por bloqueios no segundo turno

    Jair Bolsonaro, Anderson Torres e Silvinei Vasques (Foto: Anderson Riedel/PR)

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    247 - Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento nesta terça-feira (5) à Controladoria-Geral da União (CGU) no âmbito de uma investigação administrativa que apura a atuação de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante as eleições de 2022, informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. Bolsonaro, que é testemunha de defesa de Vasques, depõe por videoconferência e responde a uma comissão da CGU, que conduz o processo administrativo contra o ex-diretor. A investigação, que tramita sob sigilo, pode resultar em advertência ou, em caso de condenação, na perda da aposentadoria de Vasques, atualmente fixada em cerca de R$ 16,5 mil.

    Homem de confiança de Bolsonaro, Silvinei Vasques ocupou a chefia da PRF de abril de 2021 até dezembro de 2022. Recentemente, a Justiça Federal de Santa Catarina determinou, com respaldo do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que Bolsonaro prestasse o depoimento oralmente, negando o pedido da defesa para que ele o fizesse por escrito. Segundo a desembargadora Ana Cristina Ferro Blasi, do TRF-4, o regime jurídico dos servidores públicos exige que o depoimento em processos administrativos disciplinares seja feito oralmente, como prevê a lei de 1990.

    Silvinei Vasques é investigado por manifestações públicas de apoio a Bolsonaro durante a campanha presidencial e por um presente ao ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, contendo uma camisa com o número 22, número do então candidato. Contudo, a conduta mais grave associada a Vasques foi a série de bloqueios promovidos pela PRF no dia do segundo turno das eleições, que teria impactado o deslocamento de eleitores, especialmente na região Nordeste, onde o presidente Lula (PT) registrava ampla vantagem sobre Bolsonaro. Este episódio é alvo de uma investigação paralela, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

    O impacto das ações da PRF sob a direção de Vasques gerou repercussões significativas para a imagem da instituição. Além dos bloqueios eleitorais, Vasques também foi criticado pela atuação da corporação em casos de violência, como a morte do aposentado Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado em uma viatura da PRF em Sergipe, e a chacina na Vila Cruzeiro, em parceria com o Bope, que resultou na morte de 23 pessoas.

    A gestão de Vasques culminou em sua prisão preventiva em agosto de 2023, decretada por Moraes, que acatou os argumentos da Polícia Federal sobre o risco de interferência nas investigações. Um ano depois, a prisão foi revogada, mas ele continua obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar redes sociais.

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