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    Brasil combate exploração ilegal de madeira em grande operação na Amazônia

    Agentes ambientais brasileiros apreenderam o equivalente a mais de 5.000 caminhões de madeira nas últimas semanas

    Agentes do Ibama inspecionam toras apreendidas na floresta amazônica durante operação de combate ao desmatamento, em serraria em Nova Califórnia, Rondônia 08/02/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
    Bianca Penteado avatar
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    PORTO VELHO (Reuters) - Agentes ambientais brasileiros apreenderam o equivalente a mais de 5.000 caminhões de madeira nas últimas semanas em uma operação que teve como alvo uma das regiões mais exploradas da floresta amazônica, disseram autoridades à Reuters.

    As ações deram a largada a um projeto de um ano chamado Operação Maravalha, nomeada em homenagem a um tipo de serragem, nos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia. O governo espera que a Maravalha seja a maior operação do gênero em mais de cinco anos.

    O Ibama, órgão de proteção ambiental que liderou a operação, fechou quase uma dúzia de serrarias e aplicou multas totalizando R$15,5 milhões em apenas duas semanas de operações.

    O objetivo da operação é coibir a extração ilegal de madeira em áreas protegidas e terras indígenas com algumas das maiores taxas de desmatamento do país, disse Jair Schmitt, chefe de proteção ambiental do Ibama.

    Os agentes também estão auditando projetos madeireiros em terras privadas suspeitas de fraudar documentação governamental para esconder a real origem da madeira nativa obtida ilegalmente, acrescentou Schmitt.

    Após as ações, o Ibama planeja suspender alguns dos projetos madeireiros que foram usados ilegalmente para lavar madeira retirada de áreas protegidas, explicou Schmitt.

    "A lógica geral dessa operação é a gente conter essa extração ilegal de madeira na floresta amazônica, que é o primeiro degrau do processo de desmatamento", disse Schmitt, perto de uma pilha de madeira ilegal que sua equipe apreendeu em uma área rural de Porto Velho, a capital de Rondônia.

    Depois que madeira valiosa é extraída, disse Schmitt, o resto da floresta costuma ser derrubado para dar lugar a pasto para gado. Os lucros obtidos com a venda de madeira são frequentemente usados para financiar o caro processo de conversão da floresta em pastos.

    Embora cerca de 90% da madeira extraída ilegalmente na floresta amazônica brasileira seja vendida localmente, parte ainda chega a lojas nos Estados Unidos e na Europa, disse Schmitt.

    Agentes que atuaram na operação em Porto Velho encontraram madeira de diversas espécies amazônicas consideradas valiosas nos mercados globais, como o ipê, que está ameaçado de extinção. A madeira apreendida pelo Ibama será doada a agências e projetos governamentais.

    No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu proteger a Amazônia durante sua campanha de 2022, o desmatamento na floresta tropical brasileira caiu para seu menor nível em quase uma década no ano passado.

    Ainda assim, conservacionistas alertam que a extração ilegal de madeira e os incêndios ainda estão danificando a floresta de maneiras que os dados de desmatamento do governo não capturam totalmente.

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