Brasil começa a analisar caixas-pretas do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão

247 - As caixas-pretas do avião Embraer 190, que caiu no Cazaquistão na última semana, chegaram nesta terça-feira (31) a Brasília, onde serão analisadas por peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) da Força Aérea Brasileira (FAB), informa a Folha de S. Paulo. A aeronave, operada pela Azerbaijan Airlines, caiu em 25 de dezembro, resultando na morte de 38 pessoas e deixando outras 29 sobreviventes, algumas em estado crítico. O acidente aconteceu próximo à cidade de Aktau, após o avião desviar de seu trajeto original para o sul da Rússia.

Em comunicado oficial, a FAB informou que o Cenipa utilizará tecnologias de ponta, como animação em realidade virtual 3D, para recriar a trajetória do voo e analisar fatores cruciais, como velocidade, altitude e funcionamento dos sistemas da aeronave. A intenção é reconstruir os eventos que levaram ao acidente, esclarecendo diversos aspectos que ainda precisam ser investigados. A análise dos dados será realizada no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo, localizado em Brasília, com o apoio de peritos de diferentes países envolvidos na investigação.

O governo do Cazaquistão, responsável pelo pedido de análise das caixas-pretas no Brasil, e a Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do país seguirão os protocolos internacionais da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) para garantir uma investigação rigorosa e transparente. Ao término do processo, os dados extraídos serão entregues à autoridade cazaque.

A tragédia gerou outras repercussões, com investigações apontando que o avião pode ter sido abatido por um míssil antiaéreo russo, enquanto se aproximava da Tchetchênia, na Rússia, para um pouso de emergência. Fontes anônimas, citadas por agências de notícias internacionais como Reuters e Euronews, indicam que o ataque foi um erro, em meio a tensões no sul da Rússia, onde se realizavam confrontos envolvendo drones ucranianos. O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a ativação do sistema de mísseis, mas não assumiu responsabilidade pelo incidente, oferecendo desculpas ao presidente do Azerbaijão.