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Celso Amorim prevê relação “pragmática” com Trump e diz que Lula estará aberto ao diálogo

Assessor de Lula ainda disse ser “cedo para falar que Trump terá postura protecionista” e, para ele, vitória do republicano ‘não fortalece o bolsonarismo’

Lula e Celso Amorim (Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil)

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247 - O ex-chanceler e assessor especial do presidente Lula (PT) para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o governo brasileiro terá uma relação “pragmática” com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Amorim, é comum que candidatos falem muito durante as campanhas eleitorais, mas sejam mais comedidos na hora de agir, o que pode ocorrer no novo mandato de Trump.

“É cedo para falar que ele vai ter uma postura protecionista. Candidato fala muita coisa, depois tem que pensar direitinho como vai fazer. Somos contra o protecionismo, somos a favor da OMC (Organização Mundial do Comércio). A verdade é que o protecionismo não foi restabelecido totalmente, nem parcialmente, nos últimos anos. É preciso ter calma”, disse.

O ex-chanceler comparou a situação atual com os primeiros mandatos de Lula como presidente, quando George Bush era o presidente dos EUA. “Vamos manter o pragmatismo como mantivemos com Bush. Ele (Lula) demonstrou simpatia à Kamala (Harris), mas muito mais grave foram as críticas que o Brasil fez ao Bush no ataque ao Iraque. Isso não nos impediu de ter boas relações. O Brasil fez críticas muito fortes ao Bush, não aprovou a Alca, e o Bush veio aqui duas vezes, colocou o capacete da Petrobras”, lembrou Amorim.

Celso Amorim afirmou que Lula está aberto ao diálogo com Trump, mas ainda não sabe se haverão encontros ou conversas entre os dois antes da posse. “Acabamos de ter a notícia hoje, é cedo para falar se vamos dialogar antes da posse. Por enquanto, temos a nota (de parabenização). Claro que se formos procurados, reagiremos positivamente”, defendeu.

Sobre a relação de Trump com Jair Bolsonaro (PL), Amorim minimizou um possível crescimento da extrema direita influenciada pelas eleições americanas. “Acho que o bolsonarismo não se fortalece, cada país é um país. A economia brasileira está se fortalecendo. Lula está sabendo conduzir de modo a não radicalizar com os adversários”.

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