Coletivo Judeus pela Democracia repudia fala de Claudio Lottenberg e critica alinhamento político da Conib
Nota de repúdio acusa presidente da Conib de desrespeitar pluralidade da comunidade judaica e instrumentalizar entidade em disputas partidárias
247 - O coletivo Judias e Judeus pela Democracia-SP divulgou, nesta segunda-feira (25), uma nota pública repudiando declarações feitas pelo presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, durante a 55ª convenção anual da entidade, realizada no sábado (23) no Clube A Hebraica, em São Paulo, destaca a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo.
Lottenberg elogiou governadores presentes no evento, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Cláudio Castro (PL-RJ), e declarou que não convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a convenção. "Eu não convidei o atual presidente, mas o futuro presidente do Brasil está nessa sala", afirmou o presidente da Conib, em referência indireta a possíveis presidenciáveis de 2026.
O coletivo classificou as falas como "um desrespeito aos princípios manifestos pela própria entidade, que se apresenta como apartidária e representativa de diferentes setores da comunidade judaica brasileira". Em nota, criticaram o alinhamento político demonstrado por Lottenberg e a exclusão de Lula, argumentando que tal postura "fere a pluralidade de vozes" dentro da comunidade judaica.
As críticas se aprofundaram ao acusar a Conib de abdicar de seu papel plural ao se alinhar a um espectro político específico. "Essa narrativa monolítica não contribui para o combate ao antissemitismo. Ao contrário, pode acabar fomentando-o: esse tipo de declaração arrogante dá vazão a delírios antissemitas que consideram judeus desmesuradamente poderosos a ponto de definir presidentes", afirmou o coletivo.
Ainda conforme a reportagem, a nota também alertou que o posicionamento político explícito de Lottenberg deslegitima a Conib como espaço de diálogo e instrumentaliza a comunidade judaica, que conta com cerca de 120 mil pessoas no Brasil, em disputas partidárias.
O evento também foi marcado por declarações políticas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que aproveitou a ocasião para confirmar sua intenção de concorrer à Presidência em 2026. Caiado anunciou que lançará sua candidatura em Salvador, após o Carnaval, e começará a visitar cidades do interior em janeiro.
Questionado sobre o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma trama golpista, Caiado reagiu com desdém: "E daí? A vida continua. Se eu me preocupar com as pequenas coisas, eu não governo."
A presença de Caiado e de outros nomes ligados à direita cotados para a sucessão presidencial de 2026, como Tarcísio de Freitas, reforçou as críticas do coletivo, que acusou a Conib de utilizar o evento como plataforma política, ignorando a pluralidade e diversidade de posições dentro da comunidade judaica.
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