Diretor-geral da PF diz que punições para incêndios criminosos são brandas e sugere revisão da legislação
PF não descarta a possibilidade de ação coordenada para causar os incêndios florestais no interior de SP
247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, falou na manhã nesta terça-feira (27) sobre as investigações sobre os incêndios que atingiram o interior de São Paulo nos últimos dias, informa o G1. Cinco pessoas foram presas sob suspeita de participar de uma série de queimadas que devastaram as regiões de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP).
Rodrigues afirmou que as legislações sobre o tema precisam ser revistas para que os criminosos continuem presos e não voltem a cometer os mesmos crimes. Ele classifica as punições atuais como ‘brandas’. "Essa questão da legislação branda eu diria que é uma realidade, talvez, global, de nós ainda não termos nas legislações de diversos países a penalidade que seja correspondente à gravidade do dano que é causado. Vejam que aquilo que poderia parecer 'apenas' um fogo em um canavial se tornou um grave problema nacional, afetando aeroportos, rodovias, a saúde das pessoas, o setor produtivo e a economia do país”, afirmou.
A pena máxima atual para o crime de incêndio é de 4 anos. O diretor-geral da PF sugere que essa revisão seja feita pelo Congresso Nacional. “Precisa ser revisitado, rediscutido e, então, definida punições, ferramentas e mecanismos para as polícias judiciárias poderem atuar com mais firmeza e mais rigor", disse.
Segundo Andrei Rodrigues, essas punições brandas impedem um combate eficaz aos crimes ambientais no Brasil. "É difícil, para nós, polícia judiciária e para qualquer cidadão, entender que alguém que cometa um crime dessa magnitude entre por uma porta da delegacia e numa audiência de custódia, eventualmente, já saia por outra. Então é preciso revisitar a legislação para que a legislação dê o suporte também para os juízes manterem essas prisões", completa.
Sobre as investigações, Rodrigues afirma que a Polícia Federal não descarta a possibilidade de ação coordenada para incendiar propositalmente a vegetação. “É importante ter muita cautela e responsabilidade durante o processo investigatório... É preciso esperar o tempo da investigação para que possamos dizer com segurança se foi orquestrado ou se tem participação do crime organizado", explica.
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