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      Economia e saúde são as maiores preocupações dos brasileiros, segundo Datafolha

      Preocupação em relação à economia cresceu 10 pontos percentuais desde dezembro, superando o temor pela violência

      Carrinho de supermercado (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A piora na percepção dos brasileiros sobre a situação econômica do país fez o tema superar a violência e empatar com a saúde no topo das principais preocupações da população. A constatação é da mais recente pesquisa do instituto Datafolha, realizada entre os dias 1º e 3 de abril de 2025 e divulgada pela Folha de S. Paulo.

      Segundo o levantamento, 22% dos entrevistados citaram espontaneamente a economia como o principal problema do Brasil — o mesmo percentual dos que apontaram a saúde e um número superior ao da segurança pública, mencionada por 11% dos participantes. A resposta à pergunta “qual é o principal problema do país hoje?” é única e de forma aberta, o que reflete diretamente as angústias mais imediatas da população. No caso da economia, foram consideradas menções como “crise econômica”, “inflação”, “preço dos alimentos” e “cesta básica cara”.

      Escalada econômica e impacto político - A ascensão da economia no ranking das preocupações ocorre em um momento de pressão inflacionária e elevação do custo de vida, especialmente dos alimentos.

      Em resposta à alta de preços, o governo federal decidiu zerar o imposto de importação sobre diversos produtos em março, como carne, café, milho, óleo de girassol e açúcar. O presidente Lula (PT) garantiu que os preços cairão.

      Saúde e segurança seguem no radar - Enquanto a economia ganhou destaque, a saúde manteve-se no mesmo patamar, também com 22% das citações. O governo federal atribui parte das dificuldades nessa área ao teto de gastos da gestão anterior, o que teria comprometido o financiamento de políticas públicas, exigindo uma recuperação gradual.

      A segurança pública, por sua vez, caiu para o terceiro lugar, com 11% das menções — queda em relação ao início do mandato. A base bolsonarista tem explorado politicamente esse tema, ainda que o governo Lula tenha tentado responder com propostas como a PEC do combate ao crime, cujo texto ainda não foi encaminhado ao Congresso.

      Outros problemas apontados - Completam a lista das maiores preocupações dos brasileiros: educação (9%), corrupção (7%), desemprego (5%), fome (4%), desigualdade social (2%), má administração (2%) e política (1%). Entre esses, fome, desemprego e desigualdade social foram os únicos a apresentar queda além da margem de erro em relação ao levantamento anterior.

      Percepções e expectativas - A pesquisa também revela um aumento significativo na parcela da população que acredita que a economia piorou nos últimos meses. Este grupo passou de 45% em dezembro para 55% em abril — o maior patamar registrado durante o terceiro mandato de Lula. Em contrapartida, apenas 21% dizem ver melhora no cenário, enquanto 23% consideram que nada mudou.

      Quando questionados sobre o futuro, o pessimismo também se sobressai. Pela primeira vez na atual gestão, o grupo dos que esperam uma piora na economia é maioria: subiu de 28% para 36%. Já os que aguardam uma melhora recuaram de 33% para 29%.

      Entre os que mais percebem deterioração no cenário econômico estão os jovens de 16 a 24 anos (61%), pessoas com ensino médio (60%) e brasileiros com renda familiar acima de dez salários mínimos (60%).

      Situação pessoal: percepção menos dramática - Ainda que a visão sobre o país como um todo tenha se agravado, a percepção sobre a própria situação econômica se mostrou menos crítica. Para 39%, nada mudou nos últimos meses. Outros 34% afirmam que a própria vida financeira piorou, enquanto 27% relatam melhora.

      Esse panorama se fragmenta quando analisado por ocupação: os que mais sentem a piora são desempregados em busca de trabalho (47%), empresários (43%), estudantes (37%) e donas de casa (36%). Já os servidores públicos (26%) e aposentados (27%) são os que menos apontam perda no bem-estar econômico.

      Quanto ao futuro da situação pessoal, menos da metade dos entrevistados (48%) acredita que sua vida econômica vai melhorar — marca que, pela primeira vez, cai abaixo de 50% desde o início do atual governo.

      Inflação e renda - A expectativa de que os preços continuem subindo ainda domina o imaginário da população. Apesar de ter recuado cinco pontos percentuais desde dezembro, o número de entrevistados que acreditam em uma aceleração da inflação permanece alto: 62%.

      Além disso, 37% dos brasileiros projetam perda no poder de compra dos salários nos próximos meses. Apenas 14% acham que a inflação irá ceder.

      Emprego: percepção difere dos dados oficiais - A maior parte da população também demonstra desconfiança em relação ao futuro do mercado de trabalho. Para 43%, o desemprego vai aumentar. Um terço acredita que os números vão se manter estáveis, e somente 21% esperam melhora.

      Esse sentimento contrasta com os indicadores divulgados por órgãos oficiais. O IBGE, por exemplo, apontou que, apesar de uma leve alta para 6,8% na taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro, o nível ainda é o mais baixo para o mês em mais de duas décadas. Já o Caged contabilizou 431 mil novas vagas formais no mesmo período, recorde desde o início da série histórica em 2020.

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