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    Flávio Bolsonaro tinha cofre que acessava antes de pagar imóveis em dinheiro vivo

    O cofre também era acessado por seu irmão Carlos Bolsonaro

    Flávio Bolsonaro | mansão de R$ 6 milhões em Brasília (Foto: Pedro França /Agência Senado | Reprodução)

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    247 – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) esteve em um cofre bancário compartilhado com seu irmão, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), localizado em uma agência do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, no dia anterior ao uso de R$ 638 mil em dinheiro vivo para a compra de dois apartamentos em 2012. As informações foram reveladas após análise de dados de investigações sobre crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa nos gabinetes dos irmãos Bolsonaro, realizada pelos jornalistas Juliana Dal Piva e Igor Mello e publicadas no ICL Notícias.

    Os registros de acesso ao cofre foram detalhados em um relatório do Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ, documento este obtido com exclusividade pela equipe de reportagem. Apesar de grande parte das datas de acesso ao cofre estar ocultada, documentos não tarjados possibilitaram a identificação de visitas de Flávio Bolsonaro ao cofre em momentos próximos às suas transações imobiliárias de 2012.

    No dia 27 de novembro de 2012, Flávio Bolsonaro formalizou em cartório a aquisição de duas quitinetes em Copacabana, após ter acessado o cofre no dia anterior. As negociações incluíram pagamentos inicial e final através de cheques que totalizaram R$ 310 mil, complementados pelo montante em espécie no dia da finalização da venda.

    A investigação, conduzida originalmente por promotores do MP-RJ, teve seu sigilo bancário quebrado em 2019, revelando que, no mesmo dia da compra, o vendedor dos imóveis realizou depósitos bancários incluindo os cheques e o dinheiro em espécie recebido. Posteriormente, Flávio Bolsonaro revendeu os imóveis obtendo um lucro superior a R$ 800 mil.

    O senador Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo MP-RJ junto com sua esposa Fernanda e Glenn Howard Dillard, acusados de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação segue sob responsabilidade da Procuradoria-Geral de Justiça do Rio, mantida em sigilo após anulação das quebras de sigilo pelo STJ.

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