“Kids pretos” planejavam matar Lula, Alckmin e Moraes por envenenamento
A possibilidade de uso de artefato explosivo para "neutralizar" os alvos também foi discutida
247 - Os militares presos na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (19) planejavam matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por envenenamento, informa o G1. As informações estão na decisão de Moraes que autorizou a operação.
Segundo o documento, os “kids pretos” começaram a monitorar as movimentações de Lula e Alckmin em novembro de 2022, após uma reunião na casa do candidato a vice na chapa com o então presidente Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto. "As atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022", diz a PF.
As investigações apontaram que os militares cogitaram diferentes ideias para assassinar os seus alvos. Para a execução de Moraes, eles estudaram explosões ou envenenamento durante evento oficial público. "Foram consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto".
Já para assassinar Lula, os golpistas cogitavam apenas o envenenamento, considerando a sua idade avançada e frequentes idas a hospitais, o que o tornaria um alvo mais vulnerável. "Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico", afirma a PF.
Por fim, o assassinato de Alckmin teria como objetivo extinguir a chapa vencedora das eleições de 2022, colocando em prática o golpe de Estado. "Já o codinome Joca, por sua vez, é uma referência ao citado vice-presidente Geraldo Alckmin. [...] Como, além do presidente, a chapa vencedora é composta, obviamente, pelo vice-presidente, é somente na hipótese de eliminação de Geraldo Alckmin que a chapa vencedora estaria extinta", descreve o documento.
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