Lewandowski repudia a 'proliferação indiscriminada de armas de fogo': 'vamos reavaliar a situação de cada um dos CACs'
"Lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo", disse o ministro
247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (23), em Brasília (DF), que o crime ocorrido em Novo Hamburgo (RS), onde um atirador matou o próprio pai, irmão e um policial, é consequência da maior facilidade de acesso às armas no país. De acordo com as investigações, Edison Fernando Crippa, de 45 anos, obteve a arma como CAC, cuja regulamentação foi flexibilizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Lamentável o que aconteceu em Novo Hamburgo. É resultado da proliferação indiscriminada de armas de fogo que existe na sociedade brasileira", disse Lewandowski, acrescentando que, a partir do dia 1.º de janeiro, quando a regulamentação dos CACs passa do Exército para a Polícia Federal, a pasta vai reavaliar os registros.
"Vamos reexaminar, reavaliar a situação, quando vier para nós, de cada um dos CACs. Fazer uma triagem rigorosa para saber se realmente a pessoa que se diz filiada a um desses CACs tem antecedentes criminais, se tem condições psicológicas, se tem condições técnicas para portar uma arma".
Estatísticas
O Relatório Brasileiro de Segurança Pública, com dados oficiais do Exército, aponta que o número de pessoas com registros CAC aumentou quase 7 vezes em relação ao período anterior ao governo bolsonarista. Em 2018, o país tinha 117,5 mil CACs – 56 indivíduos a cada 100 mil brasileiros. Em julho de 2023, o número chegou a 783,4 mil registros – 386 autorizações a cada 100 mil habitantes. O valor representou um aumento de 37% em relação a 2021, o que significou mais de 211 mil novos certificados.
O Anuário de Segurança Pública informou, também com números do Exército, que o número de pessoas com registros de armas de fogo aumentou 474% durante o governo Bolsonaro. As estatísticas são referentes às atividades de caçador, atirador desportivo e colecionador (CAC) até 1.º de julho de 2022.
Em janeiro de 2024, o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) mostrou que o registro de novas armas de fogo para defesa pessoal de cidadãos que vivem no Brasil diminuiu quase 82% em 2023, na comparação com o ano anterior.
Foram cadastradas 20.822 novas armas de fogo para defesa pessoal, número bem inferior às 111.044 armas contabilizadas em 2022. Segundo a Polícia Federal, esse é o menor número de armas de fogo cadastradas para defesa pessoal desde 2004. Naquele ano, foram registrados 4.094 armamentos pelo órgão. As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na PF, com 14.277 cadastros feitos em 2023. Em seguida, aparecem as espingardas (2.309 registros) e os rifles, com 2.215 (texto com informações da Agência Brasil).
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