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    Mauro Cid depõe novamente à PF em meio a descobertas que podem comprometer delação premiada

    Depoimento foi marcado após a recuperação de dados apagados de computadores pertencentes a Cid, que revelaram novas informações sobre a trama golpista

    Mauro Cid (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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    247 - O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu nesta terça-feira (19) à sede da Polícia Federal para prestar novo depoimento no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. O depoimento foi marcado após a recuperação de dados apagados de computadores pertencentes a Cid, que revelaram novas informações para o caso.

    As provas resgatadas, com auxílio de um equipamento israelense da PF, foram cruciais para a operação “Contragolpe”, deflagrada também nesta terça, que resultou na prisão de um policial federal e quatro militares. Segundo fontes ouvidas pelo g1, Cid foi questionado sobre o chamado "plano de 15 de dezembro", uma conspiração que ele não havia mencionado em seus depoimentos anteriores, mesmo após firmar um acordo de delação premiada.

    As omissões podem comprometer a validade do acordo de colaboração de Cid. "Não é facultado ao delator omitir informações", destacou um investigador, ressaltando que, para garantir os benefícios do acordo, o colaborador deve fornecer todos os detalhes de crimes dos quais tenha conhecimento ou participado.

    O peso do acordo de delação premiada de Cid está sendo reavaliado pelas autoridades. A principal dúvida é se ele ainda se sustenta juridicamente diante das novas descobertas. “O que a gente precisa entender é se o acordo para de pé”, afirmou uma fonte próxima à investigação.

    A delação de Mauro Cid havia sido celebrada como um avanço na elucidação de fatos relacionados ao governo Bolsonaro e à tentativa de golpe de 2023. Ele era considerado um dos homens de maior confiança do ex-presidente e havia firmado o compromisso de colaborar integralmente com as investigações.

    No entanto, as evidências recuperadas e os desdobramentos da operação “Contragolpe” colocaram sua colaboração sob escrutínio.

    A defesa de Mauro Cid mantém sua posição de que ele está agindo dentro da legalidade e cooperação com as autoridades. Contudo, mensagens obtidas pela revista Veja mostram o ex-ajudante de ordens criticando a atuação da Polícia Federal, o que contradiz o discurso de plena colaboração.

    O novo depoimento de Mauro Cid acontece poucas horas após a  Polícia Federal prender cinco pessoas sob autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em mais um desdobramento do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o processo eleitoral de 2022 e os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. 

    Quatro dos presos são militares ligados às forças especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", além de um policial federal. As ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes e cumpridas antes das 7h desta terça-feira (19). O plano envolvia o assassinato do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT),  do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do STF Alexandre de Moraes. 

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